A que geração você pertence?
A impressão que se tem hoje é que as crianças estão perdendo a inocência mais cedo. Como cumprir os padrões bíblicos, se a infância e a adolescência de hoje são tão diferentes em comparação aos costumes da época bíblica? Será que os costumes mundanos pressionam muito mais hoje do que antigamente?
Sem dúvida, no passado, uma criança demorava um pouco mais de tempo para adquirir a consciência de ser pecadora, ficava mais tempo na “inocência”. Hoje, a criança chega à idade da consciência muito mais cedo. A influência da mídia tem sido muito forte nesta área.
Há mais ou menos cinquenta anos, quando surgia a chamada “Geração Y”, dizíamos: Há uma geração antes da TV e uma geração depois da TV. Quem teve uma infância sem TV em casa é da geração antes da TV. Quem, desde que nasceu, já convive com a TV, muitas vezes até como sua babá eletrônica é da geração depois da TV.
Hoje, estamos diante da “Geração Z”, e podemos afirmar: Há uma geração antes da mídia digital e uma geração depois da mídia digital.
Nunca foi fácil ter uma família segundo o padrão de Deus
Será que há alguém que gostaria de ter vivido em outra época para constituir a sua família? Será que houve algum período da história da humanidade que possa ser considerado mais fácil para educar os filhos? Eu penso que não.
Teria sido fácil viver na época de Noé, quando a violência prevalecia? E na época de Ló, quando a imoralidade não conhecia limites? E viver na época do império babilônico, ou grego, ou romano? Ou na Idade Média? Ou no século XVIII e XX? Quanta perversidade e imoralidade.
Nunca foi e nunca será fácil constituir uma família segundo o padrão de Deus. As pressões sempre foram e serão muito fortes, mas “maior é Aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4.4). E seja qual for a época, é preciso sempre lembrar que a família é uma instituição divina e o Senhor quer e vai preservá-la.
O dever dos pais para com os seus filhos
Na Palavra de Deus há um ensino muito evidente sobre o dever dos pais em relação aos filhos. Você já reparou no pensamento do Senhor ao anunciar a Abraão a destruição de Sodoma e Gomorra? Está registrado em Gênesis 18:17-19: “O Senhor disse: — Será que eu devo esconder de Abraão o que estou para fazer, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o escolhi para que ordene aos seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo, para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que lhe prometeu”.
Em Deuteronômio 6, antes do povo de Israel entrar na terra prometida, recebeu solenes instruções, transmitidas na forma de mandamentos. Não eram opcionais: “Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se”. (Deuteronômio 6:4-7).
No Novo Testamento fica clara esta responsabilidade, em Efésios 6.4: “E vocês, pais, não provoquem os seus filhos à ira, mas tratem de criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor”. Uma boa análise deste versículo demonstra que a palavra “pais” (πατέρες – patéres, no original grego), refere-se apenas aos homens pais e não inclui as mães. Isto não quer dizer que as mães devem ficar omissas, mas a principal responsabilidade do ensino dos filhos está nas mãos do papai e não da mamãe. Infelizmente observamos que muitos, não cumprem, adequadamente, a função paterna tão esperada.
Tenhamos sempre presente que “no caminho do perverso há espinhos e armadilhas; quem quer guardar a sua vida afasta-se deles. Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele”. (Provérbios 22:5,6). Espinhos e armadilhas estão sendo colocados diante dos pequeninos e ensinar a criança no caminho em que deve andar é um mandamento para ser levado com toda a seriedade e obedecido.
Conselhos para os pais
Estabelecer a prática e a rotina de um tempo em família de comunhão com Deus, ouvindo a Sua Palavra e orando, o que tem sido chamado de Culto Doméstico, é algo da mais alta importância e que precisa ser realizado diariamente antes mesmo de nascerem os filhos. Quando estes vão chegando, desde pequeninos, participam com seus pais daqueles instantes de leitura bíblica, de oração, de louvor, de envolvimento com o trabalho missionário através da intercessão, e desenvolvem assim o amor e o compromisso para com o Senhor.
Entretanto, é preciso tomar cuidado para que o Culto Doméstico não seja um ritual mecânico.
Um valor importantíssimo que deve ser desenvolvido dentro de casa é o exemplo de vida cristã dos pais, no dia a dia, nas ações e nas reações, pois os filhos seguem as pegadas dos pais.
Muitos pais, algumas vezes sem o perceberem, priorizam mais as atividades na igreja em detrimento do tempo que precisam dedicar aos próprios filhos. Há exemplos, tristes é verdade, de lares onde os pais, ocupados nos deveres santos, em funções de liderança, deixaram seus filhos relegados à segundo plano.
E no contexto da família, não só o Culto Doméstico, mas a sabedoria em aproveitar todas as oportunidades e circunstâncias do que acontece, do que é notícia, para trazer tudo na perspectiva do Senhor e da Sua Palavra, que é exatamente o que significa o “inculcar” estando sentado, deitado, levantando, andando, comendo, brincando, passeando, e assim por diante. Aproveitar as situações, no entanto, para que isto seja possível, é preciso ter a Palavra do Senhor no coração, porque “a pessoa boa tira o bem do bom tesouro do coração, e a pessoa má tira o mal do mau tesouro; porque a boca fala do que está cheio o coração”. (Lucas 6:45). Como pais estamos entourando o bem ou o mal? Pensemos seriamente nesta questão.
Outro ponto de fundamental importância é a presença e a participação de toda a família numa igreja onde as crianças são valorizadas e há investimento sério da liderança da mesma na educação bíblica das crianças, o que exige a preparação adequada dos professores e a utilização de currículo de alto nível. Alguns pais apenas apontam o caminho da igreja, infelizmente. Em algumas igrejas, lamentavelmente, as crianças são como que um estorvo ou apenas “isca” para atrair os pais. Se há um ministério que precisa ser tratado com o máximo de seriedade é o ministério infantil numa igreja local. A igreja não é um ambiente para o entretenimento das crianças.
A expressão “ensine a criança no caminho em que deve andar “traz em si a ideia de certificar-se que, de fato, a criança entrou no Caminho. E aqui precisamos ouvir o nosso Senhor Jesus Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6). Jesus é o caminho, os pais têm o dever de não só apontar este Caminho, mas conduzir seus filhos à salvação, confiando na ação do Espírito Santo de Deus, para que se arrependam de seus pecados e confiem em Cristo.
Querido papai, querida mamãe, vocês já conduziram o seu filho a Cristo? O privilégio de evangelizá-lo e de dicipulá-los é de vocês!
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Pr. Gilberto Celeti Servindo a Deus junto à APEC desde 1973
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