A Bíblia Sagrada é o único livro “religioso” que fala sobre o futuro! Nenhum outro livro aborda a questão do futuro. O Corão? Não! Os escritos de Buda? Também não.
A Bíblia fala do passado: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. (10) Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Isaías 46.9-10), como uma recordação da soberania divina sobre seus feitos.
Além do mais a Bíblia fala do futuro: “Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos” (Isaías 45.11), como uma provocação aos interessados em saber os desígnios do Senhor.
Além disso há uma benção para os estudiosos da Profecia Bíblica (Daniel 9.23; 10.11-12,19-21), como disse o anjo Gabriel: “E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo. 12. Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras” (Daniel 10.11-12). Quem estuda as profecias será muito amado como o foi Daniel!
Importante destacar que a profecia bíblica está centralizada em um povo (judeu) e uma cidade (Jerusalém): “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo” (Daniel 9.24). A partir do povo de Israel, por meio de seus profetas e sua capital eterna Jerusalém, as profecias são promulgadas.
A Divisão da Raça
Quando Deus olha do céu para a terra o que ele vê? Como o Senhor divide a raça humana? Biblicamente falando Deus não faz acepção de pessoas (1 Pedro 1:17) e sim uma divisão da raça humana.
Nós mesmos fazemos uma divisão da humanidade. Por exemplo, nós a dividimos geograficamente, temos os continentes: Europeu, Asiático, Africano, Americano (América do Norte, Central e do Sul), e a Oceania; também temos uma divisão econômica do planeta: os países de primeiro mundo e os países emergentes (antigamente chamado de terceiro mundo); e também dividimos o mundo politicamente capitalismo e socialismo.
Mas, e Deus? Deus divide a raça humana em três grupos, como está escrito em 1 Coríntios 10:32: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos [gentios], nem à igreja de Deus”. Os chamados judeus são os descendentes dos patriarcas Abraão, Isaque e Israel. Os gentios, de uma forma mais ampla e, portanto, menos detalhada, são todos àqueles que não são judeus, ou seja, a grande maioria. E a igreja, então, seria a união de judeus e gentios que creem em Jesus como seu Senhor e Salvador.
Por fim, quando Deus olha para o mundo que ele criou, para o homem feito a sua imagem e semelhança, ele distinguiu três grupos, judeus, gentios e a igreja, e duas condições espirituais: os que creem nele e os que não creem nele “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:18). Que todos nós possamos experimentar o poder de Deus para sermos feitos filhos de Deus, por crermos em Jesus como nosso Senhor e Salvador (João 1:12), o Messias de Israel (Mateus 2:1-2), o Juiz das Nações (Isaías 2:4) e o Senhor da Igreja (Efésios 4:4-6).
O Propósito das Profecias Bíblicas
O propósito das profecias, em primeiro lugar, é revelar os fatos antes que eles aconteçam, como no caso da escravidão dos descendentes de Abrão no Egito: “Então disse a Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos” (Gênesis 15.13).
Ou no exemplo do sonho de Faraó com sete vacas gordas e sete vacas magras e sete espigas cheias e boas e sete espigas miúdas e queimadas revelando sete anos que viriam de grande fartura e sete anos seguintes de grande fome, que foram interpretados por José, o filho de Jacó, que fora vendido por seus irmãos por inveja dele (Gênesis 41:25-37). Este sonho foi revelado a Faraó e desvendado por José para que algo fosse feito a respeito e um grande livramento viesse através do Egito por meio do filho de Jacó em favor das nações que passariam por essa tribulação, em especial a família de Israel (Gênesis 41:38-57; 42).
Ainda temos o sonho de Nabucodonosor relatado em Daniel capítulo 2 sobre grande estátua com a cabeça de ouro, peito de prata, quadril de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e barro, apontando para a sequência dos impérios mundiais até o Messias: – “Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação” (Daniel 2:45), esse reino do Messias jamais será destruído e existirá para sempre (Daniel 2:44).
Em segundo lugar, revelar aos seus filhos o que Ele vai fazer mais adiante: “NO ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, (2) No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. (3) E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza” (Daniel 9:1-3). O Senhor não só revelou a duração do cativeiro de Judá na Babilônia como também revelou a causa dos 70 anos de cativeiro: a transgressão de Judá concernente ao respeito aos anos sabáticos (2 Crônicas 36:21), no sentido de que no sétimo ano a terra deveria descansar (Lv.25:1-7), descanso este que não foi respeitado pelo extenso período de 490 anos (70 anos sabáticos), desde os dias do sacerdote Eli (1Sm.1-4; Lv.26:27-46).
Já em terceiro lugar, revelar a soberania e o poder divino: “Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos. (12) Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Isaías 45:11-12). Ele é o criador e o Senhor da história que faz acontecer aquilo que ele diz que vai acontecer. Pelo seu poder soberano abre demanda aos homens sobre “seus filhos”, ou seja, o que acontecerá com eles (Israel) no futuro? Por outro lado, é um convite aos seus filhos para confiarem no Santo de Israel. O futuro de qualquer pessoa, povo ou nação é incerto e imprevisível. Menos o da nação de Israel e do povo judeu em geral, pelo fato de que o Deus do universo e Senhor da história tem revelado em sua bendita palavra as coisas acerca do futuro dessa nação.
Por fim, revelar os planos divinos preestabelecidos: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo” (Apocalipse 1.1), sobre as quais ele estabeleceu as eras e as dispensações. O que podemos saber sobre a Igreja, Israel e as Nações nos planos divinos encontramos nesse livro (Apocalipse) e nos demais livros e passagens profética das Sagradas Escrituras. Portanto, por meio das profecias bíblicas podemos saber o “fim” desde o começo. O que nos dá a chance de nos prepararmos da melhor forma possível.
Definições de termos
No caminhar do estudo da profecia bíblica precisamos definir alguns termos que nos ajudarão a compreender melhor os seus usos nas Sagradas Escrituras.
Vejamos alguns deles: profecia; estudar as profecias; profeta e profetismo.
Profecia: É a mensagem revelada por Deus ao profeta, que pode ser uma alusão ao futuro: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2); ou, uma mensagem dada pelo Senhor com o propósito de edificar, exortar e consolar: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação” (1 Coríntios 14.3).
Estudar as Profecias: É estudar o que Deus revelou acerca de acontecimentos que ainda não haviam sucedido quando ele fez saber aos profetas. Profecia é a história contada antes que ela aconteça.
Profeta: A palavra hebraica “navi” e “roueh” são traduzidas como profeta e vidente respectivamente (1 Samuel 9.9, 18-19). Profeta = ser a “boca” do Eterno (Êxodo 4.15-16; 7:1). Isto é, transmitir as palavras de Deus aos homens.
Profetismo: É o método como Deus revela a mensagem ao seu profeta (Hebreus 1.1 a) o Espírito Santo entrando no profeta (Ez.2.2-3); b) Êxtase (Ez.37.1-28); c) Estola Sacerdotal (ISm.30.7-8); d) Sonho (Dn.2.19); e) Visão (Dn.8.15-18); f) Manifestações (Dn.5.5,25); g) Através de anjos (Dn.9.20-22).
O Campo das Profecias
O Ministério dos profetas abrange o campo da Profecia: Messiânica – “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos” (Lucas 24.27,44), a figura do Messias no Antigo Testamento tem preeminência sobre os demais personagens bíblicos por seu ministério redentivo e de governo.
O Ministério dos Profetas Abrange o campo das Profecias: Hebraica – “Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. (26) E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Romanos 11.2a,26), a história de Israel ilustra a história da redenção e do futuro da humanidade. Não há como descartá-la do plano profético de Deus. Entendê-la é uma questão sine qua non para a profecia bíblica.
O Ministério dos Profetas Abrange o campo das Profecias: Gentílica – “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lucas 21:24), as nações sempre foram o alvo divino, na criação Deus disse para nossos pais Adão e Eva: “frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn.1:28), para Noé e seus filhos após o dilúvio: “povoem abundantemente a terra e frutifiquem, e se multipliquem sobre a terra” (Gn.8:17b), ainda com o patriarca Noé estabelece a dispensação do governo humano sobre as futuras nações que descenderiam de seus filhos Sem, Cão e Jafé (Gn.9 e 10).
O Ministério dos Profetas Abrange o campo das Profecias: Eclesiástica – “E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; (10) Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Efésios 3.9-10), a Igreja, mistério do Messias, foi revelado e desde então ocupa um lugar de destaque inigualável na profecia bíblica unindo judeus e gentios na fé do Cordeiro de Deus.
O Ministério dos Profetas tem como propósito:
Jesus, o Rei de Israel: “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, (2) Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo” (Mateus 2.1-2), promessa aguardada e desejada pelos filhos de Israel.
Jesus, o Juiz das Nações: “E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (Isaías 2.4), o juiz que estabelecerá a verdadeira paz, justiça e equidade entre os homens no seu reino milenar.
Jesus, o Senhor da Igreja: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; (5) Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; (6) Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós” (Efésios 4:4-6), a noiva aguarda seu noivo e Senhor. Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Pr. Alexandre Dutra Diretor dos Amigos de Sião, Bacharel e Mestre em Teologia e Mestre em Letras – Estudos Judaicos (USP)
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