Abraão não vivia longe da Babilônia, a cidade em volta da torre, inacabada, de Babel. Ele é conhecido como o patriarca de Israel, o pai da fé, o amigo de Deus, o homem que teve coragem de oferecer o próprio filho em sacrifício...
O capítulo 12 de Gênesis é um texto essencial no contexto das Escrituras. Contém informações sobre o plano de Deus para o seu povo ao longo da História. Deus chamou um homem e sua esposa e através do casal formou um povo, através do qual viria o Messias e por meio dele todas as famílias da terra seriam (e são) abençoadas para sempre.
A mensagem de Deus para Abraão deve ter sido clara e convincente. Nenhum homem em sã consciência deixa para trás seu país, seus pais, seu habitat e parentes rumo a um destino desconhecido, sem ter sido totalmente convencido de que seria a melhor opção a ser feita. Imagine a insegurança... Quanto tempo demorou para convencer a esposa Sara? Ela não era passiva, sem vontade própria. Eles viviam numa sociedade completamente desenvolvida e confortável para a época. A sofisticação e a fartura floresciam em volta dos rios Tigre e Eufrates.
Deus chamou Abraão, e também nos chama. Jesus diz: Segue-me! Vinde a mim! Sai dessa vida vazia, fútil, enganosa, de religiosidade sem transformação do coração. Enquanto Ele nos ensina: “Vinde”, depois nos ensina: “Ide! Sê tu uma bênção”.
Deus não nos chama para nos amaldiçoar ou nos prejudicar. O Senhor não é um desmancha prazeres... Quando Deus nos chama é para nos abençoar: Algo semelhante aconteceu conosco... Sai e vai. Sai dos ídolos e vai se integrar a uma comunidade que serve ao Deus vivo e verdadeiro. Sai dessa vida egoísta e vai servir em situações diferenciadas, como voluntário. Sai dessa galera sem freios e vai receber treinamento num Seminário para cuidar de pessoas. Sai desse mundinho em que você é servido e vai procurar oportunidades para servir aos outros.
Ele partiu sem saber para onde ia. A primeira atitude de Abraão ao chegar em Canaã foi levantar um altar e invocar o nome do Senhor. No Velho Testamento o ponto culminante do encontro de Deus com seus servos era o altar. Esse altar era uma mensagem de Abraão. Ele testificava numa linguagem não verbal que toda a sua vida, família, profissão, projetos, passado e futuro estavam na inteira dependência de Deus.
O altar é um símbolo da cruz de Cristo, lugar de providência para nós. Foi no calvário que os nossos pecados foram lançados sobre Jesus. Lá, Ele orou: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Em outro altar (Monte Moriá) o patriarca foi impedido de oferecer o filho Isaque. Na cruz, Deus não poupou o próprio Filho, mas o entregou por amor a nós.
Os altares eram marcas de um adorador. Hoje os adoradores, os verdadeiros cristãos têm marcas, bandeiras, posturas: Amor uns pelos outros; fidelidade no casamento; integridade nos negócios; prestação de serviço com qualidade; respeito ao idoso; cuidados com o meio ambiente; somos contra o aborto; somos contra a prática do homossexualismo feminino ou masculino e entendemos a sexualidade como um presente dado por Deus para ser desfrutado dentro das fronteiras do casamento.
O altar fala de comunhão com Deus, oração. Não precisamos edificar altares como os de Abraão, mas podemos edificar “altares” de oração em nossa casa, com a nossa família, no trabalho, na condução, qualquer lugar... “Tu porém quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” – Mt 6.6. Será que podemos experimentar o impacto da presença de Deus sem oração? Abraão era um homem de oração. Foi por causa da sua intercessão que Deus poupou a Ló da destruição de Sodoma e Gomorra.
Em Genesis 11, os homens estão construindo catedrais, estão se achando, pensam mais neles do que em Deus. Querem engrandecer suas realizações, destacar suas conquistas, mostrar quem pode mais... Em Genesis 12, Deus está construindo uma família, lapidando o caráter, desenvolvendo pessoas.
Realmente, há um grande contraste entre o projeto humano e o projeto divino de povoar e desenvolver a terra: Em Babel (Torre da confusão), há corporativismo, coletividade, ninguém tem nome, perda da identidade. Em Betel (Casa de Deus), as pessoas tem nomes: Abraão, Sara, Ló. Babel dá a ideia de superlotação, fixação, antagonismo aos planos de Deus. Em Betel, há peregrinação, dispersão, missões. Babel pode ser a igreja voltada para si, fechada para o mundo, linguagem templária, “só a gente.” Em Betel somos transformados de abençoados a abençoadores. Em Babel as pessoas querem ser grandes, endeusadas, celebridades. Em Betel é Deus quem nos engrandece, nos dignifica, nos aceita e nos convida a servir.
Por isso enfatizamos: Queremos ser uma igreja que cuida uns dos outros através dos Pequenos Grupos e da celebração coletiva onde nos reunimos, conhecemos melhor uns aos outros, dividimos o peso, erguemos altares e promovemos a glória de Deus. Somos como Abraão e Sara, não temos residência fixa... Ansiamos pela pátria celeste, mas enquanto Ele não vem, nós vamos aguardá-lo e obedecê-lo: Intercedendo, proclamando, peregrinando, servindo e amando, pela fé.
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