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Foto do escritorEdição JA

A verdadeira alegria

Você já se deu conta de como a vida é triste? Os dias não são estáveis, ora faz frio, ora calor demais; às vezes sofremos algo do nada: Torcer o pé, dor de cabeça, e se dengue me pegar?… Fora isso, a renda não dá para fazer tudo que gostaríamos, frustramo-nos com as outras pessoas. Oh céus, oh vida! Como seria bom se não tivéssemos tristezas… Experimentamos sentimentos que machucam, doem, trazem lágrimas. Sendo honestos, se formos procurar motivos para ficarmos tristes, acharemos muitos…

Proposta: O cristão ou não cristão é alguém que pode sempre encontrar motivo de tristeza na vida. Mas sinceramente, não vou seguir por esse caminho, o caminho do pessimismo e da tristeza. Certamente vou contrariar alguns de vocês. Quero propor o contrário. Gostaria que a proposta anterior não fixasse em suas mentes, mas essa, sim: O CRISTÃO É ALGUÉM QUE PODE SEMPRE ENCONTRAR MOTIVO DE ALEGRIA NA VIDA.

Esse assunto de alegria é tão sério que se a gente se atrever a ficar rindo, alguns irão estranhar… “Tá rindo à toa por quê”? Quando trabalhei no Banco de Tokyo, atendia pessoas ao balcão e de vez em quando alguém me perguntava. “Que aconteceu”? “Teve aumento”? “Hoje é dia de pagamento”?

Mas não vamos confundir o ser alegre com o estar alegre. Há momentos em que a alegria não é exteriorizada, mas internalizada. Bom seria se tivéssemos sempre um sorriso no rosto, mas nem sempre conseguimos.

Somente os cristãos têm motivos suficientes para serem alegres e cheios de esperança. Por quê? Porque através da revelação especial, a Bíblia, podemos conhecer quem somos, o que ocorre nos bastidores da vida e qual é verdadeiramente o bem supremo do homem. Encontramos um Tesouro eterno, um motivo para viver, para celebrar, que se adapta as nossas mais profundas expectativas e sonhos: A vida eterna com Deus a partir de agora.

O autor Jerry Bridges afirmou[1]: “É uma contradição que o cristão professe ser filho do único Deus, que criou o universo e o governa para sua glória e para o bem do seu povo, e mostre um semblante triste.”

Quando Paulo escreveu: “Alegrai-vos”- (Fp 4.4), não sugeriu, mas deu uma ordem. Ser alegre não é uma opção, é mandamento. Se Deus manda, então é possível ser alegre. Tristeza faz parte do cristianismo, mas não deveria ser predominante. Tiago disse para termos “grande alegria” quando passarmos por várias provações. Não é uma opção ao alcance das pessoas que tem um temperamento inclinado ao bom humor. Alguns são por natureza mais alegres do que outros, mas não se trata de personalidade. Trata-se de maturidade espiritual.

Não podemos esperar que as circunstâncias estejam favoráveis para termos alegria. “Alegrai-vos sempre”. Paulo não está falando por falar, um mero discurso. Ele não está no Hotel Transamérica ou no Mofarrej, cinco estrelas de Roma. Ele está preso, algemado, confinado, trazendo no corpo as cicatrizes de Cristo. Ele já havia passado experiências duras, perseguições, calúnias, escassez de alimento. Ser cristão não é ser Vip. Ser cristão não é ser poupado das angústias, das surpresas desagradáveis, pois elas virão. A diferença é edificar a casa na rocha, a qual resiste às tempestades da vida.

Todos estamos acostumados a uma alegria circunstancial, derivada de uma causa. É o filho que se formou, a promoção que veio, o carro que foi trocado e assim por diante. Mas, o que falar de uma alegria quando todas estas coisas faltarem? O que falar de uma alegria que transcende tempo e o espaço? Como encarar uma alegria que não precisa de cervejada, mulheres bonitas e ambiente agradável?

É fácil cantar “do lado de cá” conforme o reggae da banda Chimarruts: Se a vida às vezes dá uns dias de segundos cinzas/ e o tempo tic tac devagar/ Põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso/ Vem pra cá, vem pra cá/ Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa/ e tudo não parece funcionar/ Deixe esse problema à toa, pra ficar na boa/ Vem pra cá/… Precisamos ir além das aparências, além das coisas boas da vida, por detrás de toda maravilha da indústria do entretenimento, da tecnologia, arte: Música, cinema. Essas atrações, na verdade funcionam como grandes distrações para animar as pessoas e deixá-las mais longe de seus problemas. Recentemente fui a um Buffet, por ocasião de um aniversário da filha de uma prima. Ela estava em pé de guerra com o marido e gastou uma fortuna…. Perguntei, se o marido estava de acordo. Ela disse: “Não, mas a festa não será apenas para minha filha, será para mim, pois gosto de movimento, de alegria e a festa será para tirar um pouco da minha tristeza”.

Milhões de reais são investidos, todos os anos, para promover entretenimento e alegria às pessoas. Quanta ilusão na Copa, sorrisos “artificiais” das propagandas, sem falar do carnaval, fantasias e fuga da realidade. Salomão falou das suas frustrações quando mergulhou na bebida, sexo, fama e poder. Pobre alma rica! Quantos têm e são infelizes, quantos não tem e são alegres!

Só conhece a verdadeira alegria quem se relaciona, ama e conhece a Jesus. A nossa alegria está nEle. A mensagem de Jesus é boa nova de grande alegria. O Reino de Cristo não é comida nem bebida, mas alegria no Espírito Santo. A alegria do Senhor é a nossa força. Quando estamos em conexão com Jesus, mesmo nas privações, na dor e nas aflições, experimentamos um poderoso braço Amigo nos sustentando.

Podemos ser cristãos sem alegria, ou cristãos alegres. Podemos nos acostumar e desenvolver um jeito de ser aborrecido, mal-humorado, “tempo fechado” ou podemos nos alegrar no Senhor.

Igreja Batista Horto do YPE

 

[1] JERRY BRIDGES, exercita te na Piedade, p. 131.

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