A obra missionária começou com as palavras de Jesus em Atos 1.8, “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” E vai continuar, até que ele venha (1 Co. 11.26).
Em pleno século 21, muito aquém de alcançar o mundo todo com a mensagem do Evangelho, estamos mais próximos daquele dia e hora em que Jesus virá. A mensagem daqueles dois anjos de Atos 1.11 está para se cumprir: “… Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. Sabemos que Ele só será visto depois de sete anos da tribulação, e, antes disso, a Noiva irá se encontrar com Ele, nos ares (1 Ts 4.14-17).
Estou entre os que compartilham da interpretação de que, na parábola da figueira (Mt 24), em um estudo aprofundado, no contexto de outras passagens, há um processo e não um evento único ali descrito, tendo a nação de Israel e a Igreja no contexto. Esse processo inclui, a apostasia e o arrebatamento da Igreja, bem como a manifestação do anticristo e a tribulação, além da revelação de Cristo com o estabelecimento do seu Reino.
Nossa missão como Igreja, convivendo com a nação de Israel ainda endurecida até a entrada da “plenitude dos gentios” (Rm 11.25-26), deve nos colocar em alerta com relação à apostasia da Igreja dos seus últimos dias aqui na terra (Ap 3.15-16). A compreensão é que “os tempos dos gentios” (Lc 21.24), que tem a ver com a dominação dos gentios sobre Israel, teve início com o cativeiro babilônico e terminará quando Cristo destruir a última dominação dos gentios sobre Israel, por ocasião da Sua revelação no final da tribulação, quando todo Israel será salvo (Rm 11.25-26). Dentro desse período, temos a dispensação da graça, que começou no Pentecostes e vai até o arrebatamento da igreja quando Deus voltará a tratar com Israel, do início da tribulação até à Revelação.
Nós, cristãos do século 21, vivemos mais um dos momentos difíceis da Igreja de Cristo, neste tempo de apostasia (Ap 3.14-22; 1 Tm 4.1-10). Nossa época, conhecida como “pós-verdade”, é o auge da relativização, onde fatos concretos tem menos importância do que os apelos à emoção e às crenças pessoais. A verdade não tem importância, para alegria do “pai da mentira”. As falsas notícias prevalecem na forma de narrativas. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925 – 2017), a nossa época é identificada como “modernidade líquida” na qual nada é estável. A opinião pública é manipulada e prevalece o que cada um aceita como melhor para si, adaptando-se aos seus conceitos e interesses pessoais. São dias muito parecidos com aqueles de Juízes 21.25 quando “cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos”.
Portanto, no que diz respeito a nós, na Igreja de Cristo, o desafio é continuar pregando a mensagem do Evangelho, acreditando, como desde o início, que a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus (Rm 10.17). O que importa para as pessoas hoje é o “agora”, pois tudo anda rápido demais. E nós temos, na mensagem do Evangelho, a mesma urgência, “eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2 Co 6.2).
Estamos adentrando o terceiro milênio, o século 21 da dispensação da graça e a igreja permanece. Ela nunca afundou, por mais intensas que fossem as tempestades. Portanto, apesar do que temos ao redor, sabemos que Satanás não tem como prevalecer contra a Igreja (Mt 16.18). Jesus continua sendo “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14.6). O futuro da Igreja nunca deixou de ser o encontro com Cristo, nos ares (1 Ts 4.14-17), e neste momento estamos muito mais próximos disso, do que nos anos 50 e 51, quando o apóstolo Paulo escreveu, de Corinto, as Epístolas aos Tessalonicenses, animando-os a permanecer na fé até que Ele venha. Maranata!
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