A Bíblia diz que Deus formou o homem do pó da terra, dando-lhe um corpo físico. Ao declarar “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, Deus transmitiu ao homem duas de Suas características: a mente, do grego psiquê (alma) e soprou no homem o Seu espírito (pneuma). Portanto, Adão foi criado com corpo, alma e espírito (Gênesis 1.26 e 27). Ao homem foi dada a capacidade e autoridade para dominar sobre todos os animais da terra, bem como para cultivar e guardar o jardim e, na presença de Deus, frutificasse e se multiplicasse sobre a terra. Liberdade quase plena, uma vez que Deus havia imposto apenas uma condição: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Gênesis 2.16-17).
Um único limite à liberdade (não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) e mesmo assim Adão e Eva tiveram seus olhos atraídos e ultrapassaram esse limite. Sobre essa transgressão gostaria de falar numa próxima oportunidade, num outro artigo. Neste momento você poderia perguntar: a pena pela transgressão não seria certamente a morte? Então porque Adão e Eva não morreram? Segundo o relato bíblico, eles continuaram a vida fora do jardim, povoando a terra e gerando filhos e filhas.
Sabemos, porém, que não foi a parte física (o corpo) que morreu, pois, o homem continuou existindo; nem foi a alma (pois o homem ainda é o único ser na terra dotado de raciocínio, lógica e domínio sobre os animais). O que realmente morreu foi o espírito; o ser humano perdeu a capacidade que tinha, inicialmente, de andar na presença de Deus e comunicar-se com Ele. Ambos (Adão e Eva) perderam o acesso à árvore da vida, a videira verdadeira. Agora, Adão, que fora feito à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.26), geraria filhos à sua imagem e semelhança: “Aos 130 anos, Adão gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e deu-lhe o nome de Sete. Depois que gerou Sete, Adão viveu 800 anos e gerou outros filhos e filhas” (Gênesis 5.3-4).
Desde então homens e mulheres continuamente pecam e, portanto, merecem a morte espiritual (Romanos 6.23). A despeito de cumprir seus propósitos, nem a lei relatada no Antigo Testamento, nem o Sistema de Sacrifícios eram suficientes, por si só, para garantir o perdão dos pecados. Tanto Moisés, ao revelar as instruções sobre holocaustos e sacrifícios em Levíticos capítulos 4, 5 e 6, como João Batista quando realizava batismo de arrependimento para remissão de pecados (Marcos 1.4), tinham a convicção e orientavam as pessoas de que todos aqueles atos estavam vinculados à fé no Messias que viria, pois só Ele, com o derramamento do seu sangue, poderia pagar o resgate definitivo do pecado. Em Hebreus 10.3-4, referindo-se aos sacrifícios anteriores, Paulo diz: “Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados”. Ainda no Capítulo 9, versículo 15, de Hebreus, Paulo pontifica que os pecados cometidos antes de Cristo, foram perdoados pelo Seu sacrifício: “Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança”.
Jesus sempre foi e sempre será o único caminho para a salvação. Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). Pedro escreveu: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12). A Bíblia, toda ela, de Gênesis a Apocalipse, aponta para Jesus. Ele estava na eternidade passada, estava no Éden, está conosco hoje e estará eternamente presente.
Como filhos de Deus Pai, resgatados por Jesus, temos o compromisso de não apenas estudar a Bíblia para aprendermos mais sobre Jesus. O nosso maior compromisso é viver Jesus que está presente em nós, deixando fluir os seus princípios e mandamentos em todos os nossos pensamentos e atitudes, nos nossos relacionamentos com a família e familiares, com amigos, com estranhos e com os irmãos em Cristo (A igreja, corpo de Cristo). São muitos os ensinos de Jesus, mas citarei aqui dois deles que são fundamentais para a vida em Cristo: O AMOR e a UNIDADE. “Um dos mestres da lei aproximou-se e os ouviu discutindo. Notando que Jesus lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: De todos os mandamentos, qual é o mais importante? Respondeu Jesus: O mais importante é este: Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. O segundo é este: Ame o seu próximo como a si mesmo. Não existe mandamento maior do que estes”. (Marcos 12.28-31).
“Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste”. (João 17.21-23).
A despeito de haver questionamentos sobre a etimologia da palavra religião, o mais aceito é que provém da palavra latina religare, que significa ligar novamente, no sentido de retornar às origens. Nesse sentido podemos dizer que Jesus Cristo (a árvore da vida, a videira verdadeira, o verbo que se fez carne, a palavra viva) é nosso religare, pois por Ele nascemos de novo, por meio Dele nos tornamos filhos e nos religamos ao Deus Triúno.
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