Segundo o dicionário Houaiss de língua portuguesa, amor significa: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais etc. Já de acordo com o Novo Dicionário da Bíblia no Antigo Testamento, o amor, quer humano quer divino, é a mais profunda expressão possível da personalidade e da intimidade de relações pessoais. Partindo das definições de amor e baseado no texto de I Jo 2.15 que nos instrui a não amar o mundo nem as coisas que há no mundo, podemos inferir que: “Se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele”.
Devemos sim amar a Deus de todo coração, de toda alma e com toda a nossa força Dt 6.5. Esse deve ser o nosso alvo e, para que possamos atingi-lo, necessário é que vivamos em comunhão, relacionamento e intimidade com o Eterno. Assim, quando contemplamos a beleza que é Deus, o homem ama, mas não existe a mínima possibilidade de amarmos a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. Esses dois princípios são contrários, e ninguém pode amar e servir ao mesmo tempo, a Deus e ao mundo Mt 6.24.
O amor separado de Deus é fugaz, temporal, volúvel, frívolo e vazio. Deus é amor, Ele nos ama e deu o seu precioso Filho para que por meio dele vivamos. Só Jesus é capaz de preencher o vazio e a falta de amor. Se amarmos, Deus estará em nós I Jo 4.8.
O relato bíblico mostra-nos que amar o mundo torna a pessoa incapaz para amar verdadeiramente a Deus, pois nesse indivíduo não habita o amor de Deus. Ele se torna escravo do mundo e concede-lhe o seu coração para fazer morada. Não relato aqui o mundo físico, a natureza e sua beleza, não é a criação ou o universo, pois o próprio Elohim ama esse mundo. Aponto para o mundo corrompido com vícios, blasfêmias e atitudes que estão contra o Senhor dos Exércitos. Quando amamos os vícios deste mundo nos tornamos servos dele, há uma relação de atitudes em I Jo 2.16 que prejudicam a nossa comunhão com o Deus Todo Poderoso e são elas: os desejos carnais, as imoralidades, todas as perversões, a concupiscência dos olhos, as muitas tentações se iniciam mediante o olhar, a contemplação das vantagens terrenas como: as riquezas, a fama, os prazeres etc. E o orgulho da vida que torna o homem egoísta que o faz pensar e querer dirigir sua vida para si mesmo, em que o “eu” se torna o seu deus.
O mundo passa, mas o homem só poderá permanecer para sempre se estiver cumprindo a vontade de Deus e só conseguiremos fazê-lo através da dedicação ao mundo eterno e não ao mundo presente II Co 4.18. Logo precisamos saber que há um profundo abismo entre o bem e o mal, o espiritual e o carnal, entre o celestial e o terreno. Somos desafiados todos os dias a escolher entre Deus e o mundo, entre o amor a Deus e o amor ao mundo e a nossa conduta moral apontará a escolha que fizermos. A vida exige decisão e a vida cristã exige tomada de posição, todavia uma vez tomadas, as decisões precisam ser constantemente reafirmadas.
Uélia Dias Mendes Ferreira
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