“Devias tu ajudar ao ímpio, e amar aqueles que odeiam ao Senhor? ” Chama-nos muita a atenção o fato de não raras vezes, Jeová, o Deus de Israel, dirigir-se aos transgressores por meio de perguntas retóricas e reflexivas – foi assim com Adão e Eva, com Caim, Jó, Judas e até o apóstolo Paulo. A pergunta que destaco aqui, foi feita pelo profeta Jeú a Jeosafá, rei de Judá devido à aliança que este firmara com o ímpio Acabe (2 Cr 19.2; Gn 3; 4; Jó 38-41; Lc 22.48; At 9.4).
Jeosafá ignorou a covarde perseguição de Acabe aos profetas de Jeová instigado pela satanista Jezabel, Jeosafá bem sabia da árdua luta de Elias na resistência aos ímpios reis israelitas e, apesar de tudo, uniu-se a tais pessoas fortalecendo-as e prolongando seus dias de maldade. O que Jeosafá ignorava é que Acabe conspirava contra ele, tramando sua morte em cumplicidade com Ben-Hadade, rei da Síria, que deveria matá-lo durante a batalha, a fim de que Acabe e sua irmã Atalia (com quem Jeorão, o filho de Jeosafá casara-se) tomassem o reino de Judá – Jeosafá safou-se da morte pela providência de Deus (1 Rs 22.29-31,51; 2 Rs 8.25,26; 2 Cr 18.1,31).
Jeosafá serve-nos como exemplo da ingenuidade que tem prevalecido na geração contemporânea cristã que tem apoiado notórios ímpios que não escondem sua militância em favor de agendas anticristãs como a aniquilação do padrão familiar bíblico (de essência monogâmica, heterossexual e patriarcal); a banalização pela vida humana em sua fase mais frágil, na busca de tornar o Estado brasileiro cúmplice do hediondo crime do aborto humano, além da aberta antipatia pela oposição cristã a tais propostas (Mt 19; Ef 5-6; 2 Jo 10,11).
Desde quando Jeová estabeleceu uma aliança com Israel no Sinai, logo após libertá-los da escravidão egípcia, Deus determinou-lhes que deveriam andar sob a baliza da Lei de Deus, dela não se desviando nem para a direita nem para a esquerda – ou seja, a Lei de Deus deveria ser o referencial absoluto e invariável para as tomadas de decisões do Seu povo. Se o que for ou quem for contrário à Lei de Deus, aos seus princípios e à Sua vontade, não deveria ter o apoio cristão. Paulo não apenas corrobora o princípio da não cooperação cristã aos planos anticristãos, mas o amplia, ao ordenar sob autoridade divina que os cristãos devem opor-se às agendas antibíblicas: “aprovando o que é agradável ao Senhor. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. ” (Dt 17.11; Ef 5.10,11).
Aquela tola aliança do rei Jeosafá com o rei Acabe introduziu a satanista Atalia, a irmã do rei Acabe, na família real de Davi, a qual, aproveitando-se da morte do seu filho, o rei de Israel Acazias (neto de Jeosafá), quase exterminou a descendência de Davi da qual viria o Messias Jesus – apenas um bebê escapou da matança, Joás, que se tornaria rei seis anos depois. Contudo, nesse período de seis anos Atalia contaminou Israel com todas as abominações pagãs possíveis (2 Cr 18.1; 21.1-6; 22.1-3,10-12).
Paulo nos ensina que o Antigo Testamento serve-nos como lição para que não cometamos os mesmos erros do Israel passado, a fim de que não soframos os castigos divinos subsequentes. Profeta não sou, contudo, segundo entendo pelo ensino de Deus, a atual geração tem introduzido, apoiado e promovido contra si mesma astutos inimigos de Deus que não hesitarão de, na primeira oportunidade, procurar livrar-se dos seus ingênuos apoiadores cristãos, como fizeram Acabe e sua irmão Atalia. Que a pergunta do profeta nos desperte enquanto ainda há tempo a fim de que não sejamos cúmplices do nosso próprio mal (1 Co 10.1-13; Rm 11.18-22).
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