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O livro de Rute

 O nome do livro diz respeito à personagem principal, Rute, uma gentílica (moabita) que casou-se com um judeu. Deus usou Rute para continuar a descendência que culminaria na Pessoa do Messias. Esse livro explica a inclusão de uma gentílica na linhagem de Davi e mostra o grande alcance da graça de Deus, incluindo gentios em Seu plano para a nação de Israel e por fim, para o mundo todo. Rute foi a bisavó de Davi.

 

 O autor é desconhecido. Alguns atribuem ao último juiz, que foi também sacerdote, Samuel. Os acontecimentos deste livro pertencem à época dos juízes (Rt 1.1), porém, não foi escrito antes da época de Davi, pois o nome dele é mencionado (4.22). Tomando a mesma data da composição do livro de Juízes, portanto, foi escrito mais ou menos 1.000 anos a.C. Não é mencionado o juiz que governava na época de Rute. Josefo diz que foi na época de Eli (sacerdote-juiz). Eli era contemporâneo de Sansão. O livro de Rute cobre um período de uns 10 anos.

 

 O livro de Rute é colocado entre Juízes e Samuel. Juízes mostra o declínio da nação judaica; Samuel mostra o reinado da nação judaica e Rute representa Cristo e Sua Noiva, pois durante essa época (quando Israel é colocada de lado) Cristo está chamando Sua Noiva dentre os gentios.

 

               Duas leis do V.T. estão envolvidas nesta história (4.3-5):

1) A redenção da propriedade (das terras) do parente falecido (4.3, conf. Lv 25.25-34)

2) A lei do levirato, que exigia o irmão do falecido suscitar descendência (Dt 25.5-10 compare com Lv 25.48-49, Jz 9.3)

 

               Assim como Boaz satisfez as exigências para ser remidor, Cristo Jesus satisfez as exigências para nos remir. A palavra "goel" significava resgatador e depois veio a significar, também, parente, pois para resgatar devia ser parente. Havia algumas exigências para ser um remidor.

 

1) Era necessário que o remidor fosse parente daquele que precisava de remissão

Não bastava alguém se compadecer da pessoa; o direito de redenção era reservado a um parente próximo. Boaz era parente de Rute (2.3 com 1.1-3, 2.20). Jesus está ligado a nós pela carne (Hb 2.14-15).

 

2) O remidor precisava ter meios com que pagar o preço da remissão

Boaz tinha recursos para remir Rute, embora tinha um concorrente (3.9-13; 4.10). Jesus como Redentor teve recurso para remir a Igreja (At 20.28).

 

3) O remidor só resgatava se quisesse

O parente mais próximo de Rute não estava disposto a assumir as responsabilidades, por isso, tinha que passar adiante seu direito de resgatador. Boaz tinha grande desejo de resgatar Rute (3.9-13, 4.9-10). Jesus, também, quis resgatar-nos (Lc 22.42, Hb 10.7, Mt 16.23, Jo 18.8,11).

 

4) O remidor não podia, ele mesmo, necessitar de remissão

Se o próprio Boaz fosse um escravo, necessitado de remissão, já estaria desqualificado, mas não era o caso, Boaz não era escravo, mas senhor (Rt 2.8; 9.15). Rt 3.15, seis medidas de cevada = oito litros (já batidos). Jesus não podia ter nenhum pecado, doutra sorta, também seria escravo (Hb 4.15, 1 Pe 2.22-24).

 

 Rute e Boaz contribuíram para a vinda do Messias. Analisando mais as origens dos dois, podemos ver claramente a graça de Deus, em contraste com o nacionalismo da maioria dos judeus, principalmente os fariseus da época de Jesus. Rute era moabita, descendente de Ló (Gn 19.37), parentes distantes dos judeus. Os moabitas eram idólatras. Boaz era filho de Raabe, a prostituta cananéia de Jericó (Js 2.1, Mt 1.5). Portanto, moabita e meio-cananita, mostrando assim, que o Messias seria para TODOS os povos.

 

 Assim como Deus cuidou de Noemi e Rute, Deus cuida de você e sua família. Assim como Boaz, precisamos nos colocar nas mãos de Deus para sermos usados por Ele. Comece a buscar oportunidades de ser usado pelo Senhor. Deus lhe abençoe.


Pércio Coutinho Pereira

Professor do Instituto Bíblico Peniel em Jacutinga – MG

Pastor da Igreja Batista Bíblica em Jacutinga – MG

Pessoal: perciocoutinho@gmail.com e WhatsApp (35) 99210 9841

 

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