Efésios 6:10-17 retrata a armadura do cristão na batalha espiritual. Após falar dessa armadura, Paulo faz referência à oração no versículo 18 “Com toda oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.”
A oração, portanto, não é um equipamento da armadura, mas um recurso do Espírito Santo que faz com que a armadura dê resultados. Só por meio da oração podemos realmente tomar a armadura e vesti-la, tornando-a parte de nós mesmos na experiência presente. Não somente a oração por nós mesmos, mas por todos os membros do corpo de Cristo para que possam estar bem armados.
A história está cheia de relatos de indivíduos únicos que mudaram uma situação. A Bíblia não é um livro de relatos sobre grandes cruzadas. Encontro nela homens e mulheres que mudaram individualmente uma situação, determinaram o ritmo da marcha, abriram espaço, enfrentaram perigos e mudaram a sua época. O mais interessante é que Deus sempre esteve à procura de indivíduos. Não de multidões. “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele.” II Crônicas 16:9 “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a achei.” Ezequiel 22:30
Deus não precisava de um exército, de uma igreja, de uma comunidade para intercederem pela cidade. Ele buscava “apenas uma pessoa”. Bastava UMA que se dispusesse a se colocar entre a nação e Deus como intercessor e Ele a ouviria e não destruiria a cidade. O ministério da oração tem sido negligenciado em nossos dias. Há uma atração pelos holofotes, por estar em evidência, por ser reconhecido pelos homens, que ofusca a beleza e a sublimidade de se retirar e buscar ao Pai que está em secreto.
Esse privilégio de sermos intercessores, pela oração, nos foi concedido pela morte de Cristo na cruz. Por causa do que Cristo conquistou, nós temos livre acesso a Deus. Ele rasgou o véu e abriu o caminho! O acesso agora é livre e total. Somos capazes de nos aproximar de Deus por meio da oração com ousadia e confiança originadas de um completo entendimento de quem Jesus é e do que Ele fez em nosso lugar. É uma ousadia humilde, uma consciência de toda a fidelidade de Cristo e do que ela nos garante. A Sua fidelidade nos dá liberdade para ter acesso a Deus. Nos garante que podemos ir diante de Deus a qualquer tempo e com qualquer necessidade. Que benção incrível!!!
Efésios 6:18 destaca os TODOS da oração: “Com TODA oração e súplica, orando em TODO o tempo no Espírito e para isto vigiando com TODA perseverança e súplica por TODOS os santos.”
De todos os modos
Em todo o tempo
Por todos os santos
Com toda perseverança de espírito
“Toda oração” a verdadeira oração inclui diversos elementos: Adoração, Confissão, Ação de Graças, Petição e súplica, o desejo e a súplica sincera da alma pela tranquilidade que procura. Não é uma oração a ser feita de vez em quando, mas constante, que salte de uma fonte de desejo que jorre no Espírito Santo, aquele que nos impele a orar sem cessar. Desse modo a oração deve encontrar expressão em todas as ocasiões apropriadas: a oração secreta em nossos quartos, em família, nas reuniões públicas dos crentes, nas horas de emergências etc.
Ela precisa incluir “todos os santos”, todos os que estão em Cristo, todos os que são elementos do Seu corpo, todos aqueles que são inimigos de Satanás, todos aqueles para os quais a armadura foi providenciada. Paulo sente uma dependência completa da fidelidade dos crentes em orar por ele, crendo que, por esse meio, ele recebia força e ousadia para a pregação do Evangelho.
Deus tem muita coisa para falar ao nosso coração. Contudo, se você não se distanciar da agitação do seu dia e passar um tempo sozinho com Deus em quietude e solitude, você não vai ouvi-lo. Se você fizer desse tempo uma prioridade, reservando um horário específico para orar diariamente e tiver a determinação de cumprir esse compromisso com Deus, você verá suas orações serem respondidas como nunca.
Harrisom afirma que “a oração é o apelo do crente que está aqui na terra àquele que está nos mais altos céus. Por ela penetramos os mais distantes limites do domínio do inimigo, sejam quais forem os lugares celestiais que ele possa controlar e buscamos os recursos daquele que está acima de todos. Todo e qualquer poder que o inimigo possua é fraqueza diante do Senhor.” Logo, a oração deve ser a ocupação principal do corpo de Cristo. Ela é feita em cooperação, aceitando cada um a responsabilidade de orar pelos outros. Quando um crente compreende o corpo místico, no qual a salvação o introduziu, ele descobre que entrou numa união de âmbito mundial e que dentre os privilégios que essa união lhe traz, um dos principais é a oração.
Daniel não se intimidou quando o decreto de Dario foi sancionado. Ele conhecia o Deus a quem servia e sabia que Deus faria o inesperado. Porém, se Ele não o fizesse, Daniel não queria desperdiçar um só dia sem ter comunhão com o Seu Deus em oração. Você continua aberto para o inesperado? Está realmente esperando no Senhor para que Ele faça a vontade dele?
Concordo com Paul David Tripp quando afirma que “a oração é a forma mais sublime de comunhão e satisfação pessoal do cristão. Sempre que definimos na criação alguma coisa como objeto de nossa satisfação, fazemos dela nosso salvador pessoal. Isso significa que, no nível prático, estamos buscando horizontalmente o que só poderíamos alcançar verticalmente.” Nosso Pai deseja essa comunhão aberta e constante com seus filhos. Deus é a paz que eu e você procuramos. Ele é a satisfação que nossos corações buscam. O descanso de que precisamos, a alegria pela qual ansiamos, o conforto que nossos corações tanto desejam. Como cristãos, vivemos uma batalha espiritual diária. A nossa guerra exige pessoas que creem e “vigiem com toda perseverança”, e não se contentem em aceitar o comodismo ou a prosperidade pessoal enquanto a causa do Senhor se enfraquece o seu povo está indolente perante o inimigo.
É impossível nos chegarmos a Deus e conhecê-lo bem ou desenvolvermos um relacionamento que desejamos, se não passarmos um tempo com Ele. É nesses momentos particulares que somos renovados, fortalecidos e revigorados.
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FONTES:
HARRISOM, B. Norman, Efésios: O Evangelho das Regiões Celestiais. Emprevan Editora. 2ª Edição. TRIPP, Paul David. As misericórdias do Senhor re
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