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Por que não sou Adventista?

O que você faria se soubesse o dia da volta de Jesus Cristo? Seguiria vivendo normalmente ou venderia tudo para esperar o Senhor? Ou será que você preferiria cair no mundo e aproveitar os últimos dias nessa terra? Bem, no ano de 1883 muitos cristãos tiveram que decidir o que iriam fazer em frente a uma “Suposta Volta de Cristo.


 Seu nome é William Miller, um pregador batista que recebeu o crédito por começar o movimento chamado millerismo. No Brasil seu nome foi traduzido por Guilherme Miller. Um pregador que jamais sonharia que seu nome seria ligado a um movimento que condena cristãos que não guardam o “sábado”. Mas foi lendo o livro do profeta Daniel que Miller notou algo curioso no capítulo 8:14. Tanto que fez deste versículo o tema de grandes controvérsias sobre o futuro. E sem dúvidas, a maior de todas elas tem a ver com cálculos matemáticos que ele usou para definir quando o santuário, mencionado em Daniel, seria purificado. Veja o texto comigo e observe a linha de raciocínio de Miller


"Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado". (Daniel 8.14)

Para Miller, a profecia de Daniel deveria ser interpretada alegoricamente, isto é, cada dia não era literalmente um dia, mas sim um ano. Para calcular o número de anos ele pegou a data do retorno de Esdras do cativeiro como base e somou os 2300 supostos anos a essa data, levando-o até o ano de 1843. Foi nesse ano que Miller e seus seguidores se preparavam para a segunda vinda de Cristo, ou o segundo Advento.


As pregações de Miller pareciam tão convincentes que rapidamente muitos decidiram o seguir. Estima-se que o número de seguidores varia entre 50 e 100 mil pessoas, que confiantes de que Cristo viria naquele ano venderam suas propriedades e bens, abandonaram seus afazeres e se prepararam para receber o Senhor Jesus que viria, segundo eles, no dia 21 de março de 1843. Como você já deve estar imaginando, o dia chegou e o Advento não aconteceu.“Talvez Jesus parou no GRAAL no caminho pra comer um pão de queijo e se atrasou”.


William Miller não desistiu, ele precisava dar uma explicação do que houve ali e para isso se debruçou novamente sobre os textos, revisou seus cálculos e percebeu que havia errado as contas em um ano. Ou seja, a data da volta de Cristo estava marcada para 21 de março de 1844 e não 1843. No dia, lá estão eles, se preparando para o segundo advento e “béééééé” Jesus furou com eles de novo. Eles ainda estavam dispostos a encontrar o erro até que um pastor chamado Samuel Snow sugere que Cristo viria no outono e não na primavera, portanto o que estava errado era o mês e não o ano. Foi então, que marcaram a volta de Cristo para o dia 22 de outubro de 1844. O dia chegou e surpreendentemente Cristo não apareceu. “Jesus tinha outro compromisso e pôde estar comparecendo a esse compromisso, acredita?”


Miller, diferente de seus amigos, reconheceu o fracasso em prever a segunda vinda de Cristo e com toda sinceridade e humildade assumiu o seu erro e confessou que estava totalmente equivocado em seu sistema de interpretação daquela profecia Bíblica. Tanto que ele mesmo escreveu:


“Acerca da falha da minha data, expresso francamente o meu desapontamento... Esperamos naquele dia a chegada pessoal de Cristo; e agora, dizer que não erramos é desonesto! Nunca devemos ter vergonha de confessar nossos erros abertamente” (A História da Mensagem Adventista, p. 410).

Infelizmente seus amigos não tiveram a mesma humildade e não se convenceram de que haviam errado. E é ai que o negócio começa a ficar sem pé nem cabeça, pois pensa bem, se através da lógica não funcionou, o que funcionaria? O uso de artifícios como NOVAS VISÕES e até NOVAS REVELAÇÕES sobre o assunto. E foi exatamente isso que eles fizeram.


Vocês devem pensando que não pode piorar, não é mesmo?! Mas sempre pode!!! E trago um alerta, EU SOU CESSACIONISTA, ou seja, não acredito em dons espirituais como línguas e PROFECIAS para a dispensação da igreja.


Para os seguidores de Miller, os milleristas como ficaram conhecidos, o dia 22 de outubro de 1844 foi apontado como “o Grande Desapontamento”. No entanto, havia um homem, chamado Hiram Edson que recebe de “Deus” o que ele chamou de “vislumbre” em que via, nesse dia de outubro, o próprio Jesus entrando no lugar santíssimo do SANTUÁRIO CELESTIAL e não na terra. Melhor eu citar o trecho do livro que a Sra. Ellen Harmon descreve o que aconteceu:


“Hiram Edson, um dos membros desse grupo, vivia no centro do Estado de Nova Iorque, em Port Gibson. Era o líder dos Adventistas naquela área. Os crentes reuniram-se em sua casa, a 22 de Outubro de 1844, para aguardar a vinda do Senhor. Calma e pacientemente esperaram o grande acontecimento. Mas ao chegar a meia-noite e reconhecerem que o dia da expectativa passara, tornou-se claro que Jesus não viria tão logo como tinham pensado. Foi uma ocasião de profundo desapontamento. De madrugada Hiram Edson e alguns mais foram ao celeiro para orar, e ao orarem, sentiu-se ele certo de que a luz viria.
Pouco mais tarde, quando Edson e um amigo atravessavam um milharal para visitar companheiros adventistas, teve a impressão de que uma mão lhe tocava o ombro. Olhou para cima, para ver — como em visão — os céus abrirem-se, e Cristo no santuário celestial entrando no lugar santíssimo, para ali começar uma obra de ministério em favor de Seu povo, em vez de sair do santíssimo para purificar o mundo com fogo, como haviam ensinado. O cuidadoso estudo da Bíblia, por Hiram Edson, F. B. Hahn, médico; e O. R. L. Crozier, professor, logo revelou que o santuário a ser purificado no final dos 2.300 dias não era a Terra mas o tabernáculo do Céu, com Cristo a ministrar em nosso favor, no lugar santíssimo. Esta obra mediadora de Cristo respondia ao chamado da “hora do juízo de Deus” anunciado na mensagem do primeiro anjo. Apocalipse 14:6, 7”. (Primeiros Escritos - Pg 19)

Ou seja, toda a base da fé adventista pode ser resumida em duas palavras: “VISÕES” e “EXPERIÊNCIAS”. A Ellen Hermon, que depois de casada com James White passou a chamar-se Ellen White, foi a suposta profetiza que mais contribuiu, através de visões e experiências, para o crescimento dessa denominação. O que de cara já nos mostra que, assim como para a grande maioria dos pentecostais, experiências pessoais são mais do que suficientes para basear suas doutrinas e ideologias, mesmo que essas tais experiências passem por cima de fundamentos bíblicos CLARAMENTE descrito na Palavra de Deus. Sobre isso, veja o que Paulo escreve sobre a chegada de “NOVOS EVANGELHOS”.


"6 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. 8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. 9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema". (Gálatas 1.6–9)

E sabe o que é o melhor da carta aos Gálatas? Paulo está escrevendo para alertar sobre falsos mestres que estavam ensinando que os cristãos deveriam se tornar judeus prosélitos, submeter-se às leis mosaicas antes de se tornarem cristãos. Em outras Palavras, Paulo está escrevendo para alertar a igreja de Cristo de que a lei mosaica foi cumprida em Cristo e que eles não precisavam, como já discutido no concílio de Jerusalém em Atos 15, se submeter a fracassada tentativa de guardar a lei, o que inclui, é claro, a guarda do sábado. Contudo, isso é tema para o próximo post. Que Deus te abençoe e até lá!



Bibliografia

Evidence from Scripture and History of The Second Coming of Christ (everand.com)

Seitas e Heresias: Um Sinal do Fim dos Tempos (everand.com)

Primeiros Escritos — Ellen G. White Writings (egwwritings.org)



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