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Quem é esse pelo qual Jesus ousou morrer?

A vida nunca foi fácil para mim e creio que para muitos de vocês também. Cada um de nós temos a nossa história. Eu, particularmente, entendi muito cedo que era parte de uma família pobre. Meu pai era carpinteiro, um homem muito trabalhador, um excelente profissional, mas não sabia cobrar pelo seu trabalho e assim, vivíamos sempre em dificuldades. Além disso, meu pai era um homem muito rude no tratamento com minha mãe e com os filhos. Foi assim que muito cedo percebi que não tinha diálogo com o meu pai e dessa forma não havia como pedir aquelas coisas que eu tanto almejava ter. Então, com tenra idade, por volta dos sete anos, comecei a buscar algum tipo de trabalho que me desse o suficiente para as minhas necessidades. Vendi limões, que eram produzidos pelo meu tio Aluízio, vendi bolinhos, lavei carros, vendi jornais e fui engraxate. Digo-lhes que por causa disso eu não tenho nenhum trauma e nenhum problema, muito pelo contrário, essas atividades me ajudaram a forjar o meu caráter, a ser responsável e ter a certeza de que o trabalho dignifica o homem e os frutos dele nos trazem muitas benesses.


Apesar de ter sido levado para a igreja desde cedo pela Dona Olga, minha saudosa mãe, uma mulher de oração, com quem aprendi a ter fé, somente dos 15 para os 16 anos é que eu conheci realmente Jesus como meu Salvador e SENHOR.


Aos 22 anos, com a graça de Deus e com muito trabalho, já tinha minha casa e meu veículo. Foi quando conheci a Eloina e dentro de apenas seis meses, namoramos, noivamos e casamos. Minha família hoje, quase 38 anos depois, é composta do nosso filho Paulo Alberto, minha nora Ana Paula e do meu netinho João Antônio; da nossa filha Ivete, do nosso genro Alessandro e da nossa netinha Julia. Hoje temos paz e alegria como família, mas já passamos por um momento em que o inimigo de nossas almas quis e fez de tudo para acabar com ela. Até que chegou o momento em que tive que optar, ou eu permanecia no erro onde eu me meti, ou eu buscava do SENHOR a Sua misericórdia e mudava a direção de volta a Ele e à minha família. Desse período nebuloso de minha vida eu me aproprio das palavras do grande jurista brasileiro, o Águia de Haia, Rui Barbosa, quando disse: “Sinto vergonha de mim. Pela simples e abominável derrota das virtudes pelo vício; pela ausência da sensatez no julgamento da verdade; pela negligência para com a família; e, pela demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo. Buscando a tal felicidade em caminhos que não foram traçados para mim.


Agora, ou melhor, há mais de dez anos, juntamente com a minha esposa e uma dúzia de cooperadores, temos iniciado e dirigido, pela fé, o ITV (1), onde o SENHOR tem nos dado o privilégio de cuidar a cada ano do total de 140 crianças e adolescentes, isso além de 280 famílias cadastradas, as quais têm sido atendidas com cestas básicas. No ano de 2021 fomos agraciados com a doação de mais um imóvel, onde estamos, igualmente pela fé, trabalhando para que logo em breve funcione o ITV (2) e ali seja concretizado o sonho de estarmos cuidando de mais 100 crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social.


Hoje, o que tem me deixado comprometido, feliz e realizado, é algo que está registrado no capítulo dois da carta aos Gálatas, quando o Apóstolo Paulo relata sobre a viagem que ele e o Barnabé fizeram à Jerusalém, resultando na recomendação dada aos dois por Pedro, Tiago e João: “. . . que nos lembrássemos dos pobres . . .” E eu poder dizer, como o Apóstolo Paulo: “. . . o que também me esforcei por fazer. ”


Quem sou eu? Sou o Paulo Rodrigues de Arruda, um pecador pelo qual Jesus ousou morrer.








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