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Foto do escritorFabiano Almeida

Tragédias e catástrofes, Deus é o culpado disto?

O presente século tem testemunhado tragédias humanitárias que ceifaram em alguns casos dezenas de milhares de vidas humanas, como o tsunami ocorrido na Ásia em 2004, no qual aproximadamente 230 mil pessoas perderam a vida. Apenas 7 anos depois, desta vez no Haiti, um terremoto ceifou a vida de mais de 300 mil pessoas, sendo que, no ano seguinte, mais 15 mil perderam sua vida em um tsunami no Japão. Em nosso país tragédias como a de Brumadinho e mais recentemente no estado de São Paulo tem ceifado a vida de centenas de pessoas. Notemos que tais situações ocorrem em diferentes lugares do mundo, atingindo de algumas pessoas a milhares de vítimas, atingindo de países ditos cristãos a países cuja população pratica o panteísmo, a adoração a uma infinidade de deuses.


Quando coisas assim acontecem é normal tentarmos entender o porquê. E a única pessoa capaz de responder esta pergunta é Deus. Porém, isto também nos coloca diante de uma séria questão: somos nós capazes de entender os propósitos de Deus? Diante de situações como essas não faltam aqueles que dizem: “Deus está avisando o ser humano” ou “Deus está castigando a humanidade por seus pecados”. Afinal de contas: Deus está usando estes acontecimentos para falar com o mundo? Deus está castigando o homem através de acontecimentos como estes?


A resposta a esta indagação não é simples, porém faremos bem em reconhecer que sempre que Deus usou de catástrofes para lidar com o ser humano Ele seguiu um padrão de conduta avisando com antecedência a respeito de seu propósito, revelando a causa de sua ação e providenciando proteção aos seus servos. Tomemos por exemplo o dilúvio narrado em Gênesis, onde encontramos Deus utilizando-se de Noé a fim de avisar aos homens sobre seu propósito “Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará” (Gênesis 6.17), assim como justificando seu ato “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra” (Gênesis 6.13) e providenciando proteção para seus servos obedientes “Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará. Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo” (Gênesis 6.17,18). Encontramos o mesmo padrão na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, quando o Senhor fez saber aos homens de seu intento “Então saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Foi tido porém por zombador aos olhos de seus genros” (Gênesis 19.14). Também neste caso Deus revelou a razão de seus atos “Disse mais o Senhor: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, Descerei agora, e verei se com efeito têm praticado segundo o seu clamor” (Gênesis 17.20,21), assim como providenciou proteção para seus servos obedientes. “E aconteceu que, destruindo Deus as cidades da campina, lembrou-se Deus de Abraão, e tirou a Ló do meio da destruição, derrubando aquelas cidades em que Ló habitara” (Gênesis 19.29). O mesmo padrão pode ser encontrado na seca determinada por Deus durante o ministério do profeta Elias, quando Deus fez saber por seu servo o que se sucederia “Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” (1 Reis 17.1). Também neste caso o Senhor declarou a razão de seus atos “Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim” (1 Reis 18.18), assim como providenciou proteção para seus servos obedientes “Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra” (1 Reis 17.14). Podemos assim entender que sempre que Deus agiu de forma a disciplinar o homem através de catástrofes Ele seguiu um padrão: avisou, justificou e guardou os justos. Desta forma podemos entender que para um desastre ou catástrofe ser considerada obra de Deus para disciplinar o ser humano precisa obedecer ao padrão de conduta que Deus mesmo tem nestes casos.


Como então devemos entender as catástrofes que assolam nosso mundo? Primeiramente reconhecendo que tais catástrofes são resultado do pecado que atingiu tanto o ser humano como também o restante da criação, o mesmo pecado que trouxe ao ser humano a doença, o envelhecimento e a morte trouxe ao nosso planeta o desequilíbrio e suas consequências, como nos revela o apóstolo Paulo em sua epístola aos romanos “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8.20 a 22). Da mesma forma, devemos reconhecer que a razão de alguns serem atingidos por estas catástrofes enquanto outro são poupados não significa que uns são mais ou menos pecadores do que outros. As catástrofes não se abatem somente sobre aqueles que, por seus pecados, merecem ser castigados, ou será que no tsunami de 2004, no terremoto de 2011, na tragédia pelo rompimento da barragem, não pereceram salvos em Cristo? E mesmo os ímpios que nestas ocasiões pereceram, não eram mais culpados dos seus pecados quanto qualquer pessoa do nosso planeta, como o próprio Mestre nos ensinou “E, naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. Ou aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13.1 a 5).


Da mesma forma, é bom que reconheçamos o caráter e o plano de Deus dentro deste contexto de catástrofes sofridas pela humanidade. Primeiramente, reconheçamos que a razão de Deus não derramar neste momento a sua ira sobre o homem pecador através de toda sorte de catástrofes é a presença de seus filhos neste mundo, como bem pode ser visto no diálogo entre o Senhor e Abraão “E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? Então disse o Senhor: Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles. E respondeu Abraão dizendo: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza. Se porventura de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco. E continuou ainda a falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei por amor dos quarenta. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: Se porventura se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta. E disse: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor: Se porventura se acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei por amor dos vinte. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei por amor dos dez. E retirou-se o Senhor, quando acabou de falar a Abraão; e Abraão tornou-se ao seu lugar” (Gênesis 18.23 a 33). Também o apóstolo Paulo nos permite saber o que detém hoje Deus de derramar sua ira sobre este mundo “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado” (2 Tessalonicenses 2.7). O contexto aqui fala do aparecimento do anticristo e o início do período tribulacional, o que só poderá ocorrer depois do arrebatamento da igreja. Quando então a igreja não estiver mais presente neste mundo começarão as catástrofes descritas no livro de Apocalipse. Ao contrário do que muitos pensam as catástrofes descritas por Jesus em Mateus 24 não iniciarão enquanto a igreja estiver neste mundo, uma vez que aquilo que o Mestre descreve ali são os acontecimentos dos primeiros três anos e meio da tribulação “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares” (Mateus 24.6,7). Somente depois o Senhor descreve os acontecimentos da segunda parte do período tribulacional “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver” (Mateus 24.21).


Assim podemos entender que para um desastre ou catástrofe ser considerada obra de Deus para disciplinar o ser humano precisa obedecer ao padrão de conduta que Deus mesmo tem nestes casos, o que se encaixa com perfeição ao período que logo se abaterá sobre este mundo, o qual Deus já tem de antemão avisado “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17.31), assim como revelado a razão de sua ação “Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade” (2 Tessalonicenses 2.12). Fiel a seu método, o Senhor tem providenciado salvação aos justos “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Apocalipse 3.10).


Desta forma reconhecemos que as catástrofes que estão reservadas para o tempo tribulacional correspondem ao padrão da ação de Deus nestes casos. Neste tempo sim os homens poderão dizer que Deus os está castigando. Até que este tempo chegue a missão dos salvos é anunciar que tudo o que está hoje ocorrendo ainda não é um sinal da ira de Deu, mas sim de sua graça, que tem por objetivo chamar pecadores ao arrependimento, “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, ordena agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (Atos 17.30).


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­­­­­­­­­­­­­­­­Fabiano F. Almeida

Pastor no Templo Batista Maranata em Goiânia GO

E-mail: fabianoibe@gmail.com WhatsApp (62) 98278-7768

Templo Batista Maranata – Goiânia no YouTube (@TBMGYN)

Ouça o sermão “Tragédias e catástrofes, Deus é o culpado disto?”








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