Pr. Juarez e Musa no Vale do Jequitinhonha
O Vale do Jequitinhonha está localizado na Região Sudeste de Minas Gerais e ficou conhecido pelos baixos indicadores sociais. Ao mesmo tempo, é caracterizada por grande beleza natural e riqueza cultural de origem portuguesa, negra e indígena. Apesar de enfrentar muitas estiagens, o vale todo é cortado pelo Rio Jequitinhonha, desde sua nascente no município de Serro MG, até sua foz no município de Belmonte BA. Para quem conhece, a afirmação é sempre a mesma: vale a pena conhecer esse vale!
Visita ao campo:
O que nos levou à presente matéria foi a viagem missionária do Pr. Manoel A. Souza, do Templo Batista Maranata de Londrina PR, juntamente com sua esposa Adriana Santo Salomão Souza e Giovani Salomão Souza, mais o casal Sérgio e Josi Lima, membros da igreja, a uma visita aos missionários Pr. Juarez Peixoto e sua esposa Musa de Carvalho Terra Peixoto.
A idéia da visita nasceu do desejo do pastor e família em conhecer o campo missionário, mas depois a igreja toda comprou a ideia e se envolveu no projeto. A viagem aconteceu no período de 17 a 20 de janeiro de 2022, mas a igreja levou cerca de dois meses na preparação, para ajuntar os itens que foram levados em dois carros, incluindo dezenas de itens, desde uma impressora para PC e uma máquina plastificadora, passando por grande quantidade de papel A-4 e utensílios doméstico, até alimentos da cesta básica e elementos para celebração da ceia. A igreja se envolveu como um todo e, além dos itens doados, ofertas em dinheiro foram juntadas, possibilitando que, com parte delas, os missionários pudessem comprar um fogão novo.
Desde o início de suas atividades em Londrina, o TBM mantém forte visão missionária, que tem crescido a cada ano, possibilitando o apoio a missionários que são enviados através de diversas missões. Atualmente a igreja participa do apoio financeiro, ofertando mensalmente para 32 projetos no Brasil e no exterior.
Uma viagem missionária como esta mostra uma parte essencial do envolvimento que deve haver entre a retaguarda e a vanguarda da obra missionária. O cuidado integral do missionário é uma das atribuições da Igreja. As igrejas locais devem identificar os vocacionados, prepara-los, enviá-los e cuidar para que se mantenham no campo.
Os vocacionados que o Senhor vai levantando e chamando, estão dentro de igrejas que cuidam adequadamente das famílias dos missionários. As igrejas precisam estar atentas às necessidades dos seus missionários. Os que serão chamados estarão atentos a esse cuidado.
Uma das atividades importantes da Igreja no seu trabalho de cumprir a grande comissão é aceitar a incumbência de cuidar dos missionários através da assistência permanente. A obra missionária exige a integração de elementos que são indispensáveis e, entre eles, os principais se relacionam à identificação do vocacionado, seu preparo, envio e pastoreio.
Todos nós sabemos que não é o seminário ou o instituto bíblico que produz líderes e pregadores, como também não é a agência missionária que produz missionários. São frutos da igreja local. Portanto, no campo, o papel da igreja continua.
Os missionários:
Esse casal de missionários, Juarez e Musa, está plantando uma igreja em São Sebastião da Boa Vista, distrito de Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha MG, desde 2004 (exceto dois anos fora no treinamento Macedônia e Shekinah da MNTB – Missão Novas Tribos do Brasil). Atuando através da MNTB, como missionários jubilados, uma vez que a irmã Musa, quando solteira, serviu vários anos pela missão. São enviados pela Igreja Batista Independente de Pontal SP, liderada pelo Pr. César Aparecido Rosa.
Formação do casal:
Pr. Juarez cursou o Instituto Bíblico de Sertãozinho com Pastor Kirck Hickok e o treinamento missionário em Shekinah da MNTB. Também cursou a APEC – Aliança Pró Evangelização de Crianças; ALFALIT, alfabetização de adultos juntamente com ensino bíblico, e ABECA (alfabetização de crianças). Formou-se, também, como Técnico Agropecuário pela UFV – Universidade Federal de Viçosa MG.
A Missionária Musa fez o Instituto Bíblico Ebenézer em Ribeirão Preto SP, Licenciatura Plena em Letras na Faculdade Moura Lacerda também em Ribeirão Preto SP, Pós-Graduação em Fonética e Fonologia na Faculdade Estadual de Pernambuco. Fez os cursos de ALFALIT e ABECA para alfabetização.
O ministério atual:
O trabalho de plantação do Templo Batista Independente em São Sebastião da Boa Vista caminha bem com uma média de 25 irmãos regulares, mas sempre com visitantes esporádicos.
Damos discipulado diário em nossa casa, pela manhã com crianças e à tarde com adultos. Alguns fazem só discipulado, outros fazem discipulado juntamente com alfabetização. Detalhes do ministério: Todos que frequentam a igreja são quilombolas. Temos o alvo de desafiar as Igrejas Batistas fundamentalistas para alcançarem comunidades quilombolas com evangelho. Estabelecendo igrejas fortes, bíblicas e fundamentalistas. Com bases fortes de conhecimento bíblico como: Quem é Deus, quem somos nós, quem são os anjos, etc. para que não haja sincretismo. Acreditamos que o treinamento transcultural Shekinah da Missão Novas Tribos do Brasil possa ser útil para o candidato a Missões, chamado por Deus para servi-Lo com povos quilombolas que são geralmente animistas.
Desafio:
Só no Estado de Minas Gerais há cerca de 400 comunidades quilombolas. O trabalho missionário com eles para que seja bem solidificado, cremos que deve ser com o missionário e sua família vivendo próximo à comunidade e se envolvendo com a comunidade. Só entregar folhetos ou doações tem pouco ou nenhum resultado.
O trabalho quilombola tem muita semelhança com trabalho transcultural com tribos indígenas do Nordeste do Brasil cujas comunidades são aculturadas na região em que vivem, mas preservam distintamente suas crenças espirituais e cosmovisão animista. Muitos quilombolas são migrantes sazonais; passam parte do ano na região de origem e outra parte nas fazendas de café ou vivendo em alojamentos e Usinas de Cana de Açúcar. É provável que o missionário tenha que buscar em oração uma maneira prática de ministério! Em alguns casos poderá haver a possibilidade do missionário dividir o seu tempo entre os dois lugares.
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