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Foto do escritorJosé Infante

Como morrer?

Há muito crente que sente culpa por temer a morte. Na jornada ministerial percebi que não é o medo da morte que os perturba, mas o medo de Como Morrer! Há uma grande diferença. Quem quer ficar acamado, depauperado lentamente por doença incurável? Depender dos outros e gemendo dores lancinantes? O que optar em quatro alternativas? (1) Morte longa com demência; (2) Morte longa, com idas e vindas de um órgão doente; (3) Morte por Câncer; (4) Morte súbita (ataque cardíaco ou infarto fulminante). A maioria, incluindo eu, quer “súbita”, com certeza.


O Médico inglês. Num precioso texto Qual Morte? Roberto Pompeu de Toledo (VEJA - Março de 2015), disse que há “quem contraria o senso comum dos nossos tempos, segundo o qual é preferível a morte súbita, e recupera o charme, se é que se pode dizer assim, da morte antiga, com o moribundo rodeado de entes queridos… A morte com charme à antiga é a dos romances do século XIX, época que se morria em casa, não no hospital, e dos filmes ambientados no mesmo século”.


Pompeu faz referência ao médico inglês Richard Smith, expondo a razão pela qual Smith optou pelo câncer: “A morte súbita é identificada basicamente com o ataque cardíaco… Smith reconhece que a maioria das pessoas prefere a morte súbita. Ele costumava dizer-lhes: ‘Pode ser bom para você, mas pode ser muito duro para as pessoas à sua volta…'


Smith optou pelo câncer, pois “morre-se depauperado e com dores, às vezes horrendas – motivo pelo qual leitores do médico reagiram com indignação, relatando desesperados casos de familiares...” (Autor e fonte citados).

Smith tem razão quando diz que a morte súbita é mais dolorosa aos familiares do falecido, mas mesmo assim opto e oro pela súbita em pleno sono e acordar na glória – é o que denomino como “carruagem de luxo”.

O Preparo. Na verdade, a vida cristã é um preparo à morte. Está escrito: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás (Is 38.1). Prepara-te para te encontrares com o Senhor teu Deus (Am 4.12), e muitas outras referências. No Novo Testamento Jesus alerta: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? (Lc 12.20). Tiago alerta à brevidade da vida: é uma nuvem que aparece por um pouco e depois se desvanece (Tg 4.14).


Creio que a maioria de nós opta pela morte súbita. Alguém sabiamente disse: “Deste lado do túmulo, sofremos e choramos quando eles se vão. Do outro lado, eles se alegram e sorriem quando chegam na glória inefável. A saudade dói, mas não há desespero. Jesus nos capacita a vivermos com a ausência dos que partiram, mesmo estando eles presentes em nossos corações.


“A Carruagem dos Salvos”. Mortais não apreciam o assunto Morte. “É melhor não pensar nela”, dizem uns. Outros dizem: “a gente morre do jeito que a morte quer”. O fato é que por mais que evolua a Ciência, jamais a sentença que coroa o pecado será mudada: Tu és pó, e ao pó voltarás… certamente morrerás, pois o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna (Gn 2.17; 3.19; Rm 6.23).


Vamos morrer, sim. Tá dito. Mas, como diz a Palavra, Não somos como os demais que não tem esperança. Aguardamos a nossa carruagem focados no arrebatamento, é claro. Não é pecado orarmos por uma carruagem de luxo, pois Deus conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Sl 103.14). Morrer dormindo e acordar na Glória! Eita bênção!

 

 

 

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