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Foto do escritorAlexandre Dutra

Gratidão

“Sede agradecidos”

“Com graça em vosso coração”

“Dando por ele graças a Deus Pai”

Colossenses 3.12-17

 

Introdução

Se você parar para pensar, terá razões para agradecer. Por exemplo: “Durante a II Guerra Mundial, muitas igrejas foram mantidas abertas durante 24 horas por dia de modo a que as pessoas pudessem entrar e orar pelos seus entes queridos que estavam na frente de batalha. Um cooperador numa dessas igrejas reparou num rapaz que vinha todos os dias cerca de 10 minutos. Depois de várias semanas, o jovenzinho entrou e permaneceu de joelhos muito mais tempo. O intrigado cooperador falou com ele e perguntou-lhe por que é que ele estava ali há tanto tempo. Ele respondeu, “Eu vim aqui todos os dias durante alguns minutos para pedir a Deus que trouxesse o meu pai para casa em segurança. Ele chegou esta manhã, e eu corri para aqui a fim de agradecer ao Senhor por ter respondido à minha oração” (Fonte: http://www.gospelcom.net/rbc/pd/2000/Abril2000.htm).

 

O que é Gratidão?

Gratidão, como encontramos nas páginas das Sagradas Escrituras, é: “ação de graças, ou seja, louvor pelo qual se dão graças a Deus pelo que ele faz em nosso favor” (Harrison e Youngblood, 2007, p. 16). Ou, como disse Packer: “[...] graça significa o amor de Deus em ação em favor de pessoas que mereciam justamente o contrário do amor” (J.I. Packer, 2021, p. 291). Em outras palavras, ação de graças deve partir de um coração grato pelos feitos de Deus em sua própria vida.

 

O cristão, filho de Deus, nascido de novo, deve desenvolver as seguintes virtudes cristãs: “benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, perdoando-vos uns aos outro; revesti-vos de amor; ser dominados pela paz de Deus; ser agradecidos e dar graças a Deus o Pai” (Cl. 3:12-17).

 

Somos gratos porque somos eleitos, santos, amados e perdoados por Deus (Cl. 3:12-14). A nossa posição privilegiada em Cristo nos encoraja a sermos gratos de forma prática e contundente. Há um imperativo no texto: “revesti-vos” (Cl. 3:12a). Portanto, ser grato é uma ordenança divina: “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5:20).

 

Em que devemos ser gratos? Em tudo, porque essa é a vontade de Deus (1Ts. 5:18), mas não se pode ser grato de qualquer jeito, o texto diz: “de entranhas de misericórdia (Cl. 3:12b), “aqui temos um hebraísmo que indica os órgãos internos do corpo humano quando utilizado, de modo figurado, para descrever o lugar de onde vêm as emoções (cf. Mt.9:6; Lc.6:36; Tg.5:11 MacArthur, 2010, p. 1633)”.

Por ser grato a Deus, você será:

·         Benigno - terá bondade;

·         Humilde - o antídoto contra a ingratidão;

·         Manso - resiliência;

·         Longânime - paciente, que suporta a injustiça e as situações preocupantes com a esperança do alívio vindouro (Idem, p.1633);

·         Se revestirá de amor que é o vínculo da perfeição. Ou seja, um coração grato e amoroso também suporta e perdoa (Cl. 3:13-14).

 

Paz - sentimento e gratidão

O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escreve: “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl. 3:15). Trata-se daquela paz que o Messias concede exclusivamente àqueles em união com ele (Cf. Jo. 14:27; Rm. 5:1). A expressão “domine em vossos corações” traz o sentido de guardar e ensinar, é o que a paz divina faz em nossos corações por vezes confuso diante das adversidades da vida, como lemos em Filipenses 4:7 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”. Quanto a “e sede agradecidos”, trata-se da atitude do cristão a Deus, que sempre deverá ser de gratidão pelo bem que recebemos, pelo mal de que fomos poupados ou pela experiência que tivemos.

 

Um Coração grato louva a Deus 

Paulo, o apóstolo, volta a nos desafiar: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Cl. 3:16). A primeira parte desse versículo fala da riqueza da Bíblia Sagrada – Cristo – quando ela faz morada conosco atuando em todas as áreas da nossa vida. O presidente norte-americano Theodore Roosevelt fez um interessante comentário sobre a preciosidade de se saber a Palavra de Deus, disse ele: “Um bom conhecimento da Bíblia vale mais do que uma educação superior. Quase todas as pessoas que com o trabalho de suas vidas acrescentaram algo para o conjunto das realizações humanas... basearam o seu trabalho grandemente nos ensinamentos da Bíblia”. Como diz o salmista, a Palavra de Deus (lei) “dá sabedoria aos símplices” (Sl. 119:130). Cabe ainda destacar a esclarecedora fala de Mark Twain sobre a complexidade de certas passagens bíblicas: “A maioria das pessoas se preocupam com passagens da Bíblia que não entendem, mas as passagens que me preocupam são as que eu entendo”.

 

Quanto à segunda parte “admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, tem-se que, como discípulo do Senhor Jesus, você é convocado a louvar a Deus em gratidão. Porque Deus nos dá tudo, nós lhe devemos todo o nosso louvor.

 

Uma senhora se correspondia com uma amiga que morava na Inglaterra. Ela contou que o hino preferido desta amiga era: “Conta as bênçãos, conta quantas são; recebidas da divina mão; uma a uma – dize-as de uma vez; hás de ver, surpreso, quanto Deus já fez...”. Certo dia recebeu uma carta desta amiga, que escreveu assim: “Não vou mais contar as bênçãos de Deus como sempre fazia...”. Aquela senhora estranhou sua amiga. Lendo a carta adiante, porém, compreendeu: “Não posso mais contá-las uma a uma, pois são tantas e tão seguidas”.  Lendo esta história num livro de devoções, pensei tratar-se de uma mulher jovem, com uma profissão rentável, uma carreira promissora, acompanhando o progresso dos filhos ou coisas semelhantes. Mas, não. Tratava-se de uma senhora idosa, presa à sua casa pela sua invalidez.

 

Por fim, um coração grato serve a Deus: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl. 3:17), porque somos gratos a Deus, servimos a ele, seguindo o exemplo de seu Filho – JESUS (Mc. 10:45). Louvar a Deus pelo que ele é, chama-se adoração; louvá-lo pelo que ele faz é dar graças (Harrison e Youngblood, 2007, p. 876).

 

Pr. Alexandre Dutra

Diretor dos Amigos de Sião,

Bacharel e Mestre em Teologia

Mestre em Letras - Estudos Judaicos (USP)

 

 


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