Memorial a Nancy Ann Rose: Uma vida dedicada ao Brasil
- Edição JA
- 10 de nov. de 2024
- 5 min de leitura
1939 -2024 - Uma história de amor, fé e dedicação ao trabalho missionário no Brasil.
As nossas igrejas ainda estão de luto com a partida da missionária Nancy Ann Rose, que faleceu em 2024, aos 85 anos. Sua vida foi marcada por uma dedicação incondicional ao trabalho missionário no Brasil, onde ela viveu por mais de seis décadas.

Eu tive o privilégio de conhecer Dona Nancy durante o ministério do Pr. Jaime na plantação da IBI em Batatais, onde fui salvo por Cristo em 1967. Meu batismo foi realizado pelo Pr. Jaime no dia 11 de junho do mesmo ano. Foi assim que entrei em contato com a família Rose.

Lembranças daquela época são vívidas em minha mente: a Rural Willys, o acordeom e, claro, o rosto de Dona Nancy. Eu me lembro também da família toda, com quem tive a oportunidade de viver momentos importantes. Michael, Daniel e eu éramos inseparáveis, brincando e compartilhando experiências. Sharon estava com apenas oito anos na época.

À esquerda, como chegaram em Batatais. À direita, como sairam para Antinópolis.
A família Rose chegou ao Brasil em 1962 e, depois de um período em São Paulo, na escola de português, se estabeleceu em Batatais. Durante a fase de Batatais, nasceu o caçula Terril, em setembro de 1968, tornando-se o único Rose brasileiro de nascimento.
Dona Nancy dedicou a maior parte de sua vida ao trabalho missionário no Brasil. Sua paixão pela evangelização e seu amor pelo povo brasileiro foram inspiração para muitos.
Dona Nancy foi uma mulher excepcional, que dedicou sua vida ao Senhor e ao povo brasileiro. Sua memória viverá em nossos corações.
Pr. Carlos Alberto Moraes
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Para este memorial que marca a participação da Dona Nancy, nos períodos de Batatais, Altinópolis e Ribeirão Preto, pedi para uma irmã de cada cidade, que com ela conviveu, para escrever um breve texto.

AS 3 FASES: BATATAIS ALTINÓPOLIS RIBEIRÃO PRETO
PRIMEIRA FASE - BATATAIS SP
Selma Maria Pavan Agnesini

A quem honra, honra (Romanos 13.7).
“Uma alma com Cristo é sempre um missionário. Uma alma sem Cristo é um campo para missões.”
Aos 14 anos de idade eu era uma jovem religiosa, mas sem Cristo em meu coração. Era o ano de 1963. Chegava em Batatais a família do missionário americano James William Rose. Com ele estavam sua linda esposa, dona Nancy e seus 3 filhos, Michael, Daniel e Sharon. Anos depois nascia o irmão Terril.
D. Nancy encantava a todos com seu carisma, sua gentileza, seu amor por Cristo e pelas almas perdidas. Era um exemplo de esposa e mãe e por isso conquistou logo nossos corações. Servia a Deus e ao próximo com alegria e singeleza de coração. Graças ao ministério do pastor Jaime, sua pregação e o exemplo de sua esposa eu recebi o Senhor Jesus como meu Salvador.
Ela foi minha professora na EBD, ainda na garagem onde a Igreja Batista Independente teve início, bem em frente à minha casa. Com ela aprendi a ler a Bíblia, a orar e a aceitar o desafio de ensinar a Bíblia aos adolescentes, novos convertidos que passaram a fazer parte daquele grupo de crentes.
Eu passava a maior parte dos meus momentos livres na sua casa, convivendo com seus filhos, ensaiando para cantar os hinos que aprendia com ela e no domingo adorava a Deus no dueto que fazíamos. Com ela aprendi a visitar e evangelizar as crianças na EBD da Vilinha e mais tarde seus pais, que ouvindo as mensagens que Pr. Jaime pregava se rendiam aos pés do Salvador.
Ela e seu acordeão que, com maestria, acompanhava os hinos da Congregação que crescia, pela graça de Deus. Lembro-me do dia em que ela me fez entrar do lado do motorista na Kombi que eles tinham e me disse: Hoje você vai aprender a dirigir. E lá fui eu pelas ruas da cidade, fazendo algumas barbeiragens, mas com aquela mestra, consegui chegar ao destino.
Lembro com saudade dos domingos em que, após a EBD, íamos até a Cadeia Pública de Batatais. Pastor Jaime, dona Nancy e seu acordeão, seus filhos e alguns jovens da igreja. Entrávamos por aqueles corredores, e ao som do acordeão, cantávamos, marchando, o corinho: “Mesmo que eu não marche na infantaria, nem na cavalaria, soldado de Cristo eu sou”.
Com ela aprendi que: “Fazer a obra missionária é levar a luz do amor de Deus aos cantos mais distantes da Terra, tocando vidas e compartilhando a mensagem da esperança eterna."
Saudades! Até aquele dia em que estaremos juntas novamente na presença de nosso Redentor.
SEGUNFA FASE - ALTINÓPOLIS, SP
Hulda Darini

Ao mencionar o nome da Dona Nancy, muitas imagens me chegam à mente. Tenho boas lembranças da sua participação na minha vida, e ainda posso vê-la tocando acordeom nos primeiros cultos realizados no início da Igreja aqui em Altinópolis.
Ao recordar de momentos que nunca saem da memória, posso lembrar de passeios que fizemos indo a restaurantes chineses em Ribeirão Preto e até nadando em um rio próximo daqui. Dona Nancy até me deu aulas de direção quando eu tentava tirar carta de motorista.
De todos os momentos que me voltam à mente, um dos que foram marcantes foi quando do nascimento da minha filha, Renata. Foi a Dona Nancy que me levou para o parto em um hospital em Ribeirão Preto.
Juntas, vivemos muitos momentos alegres, situações engraçadas que provocaram risos e, como é comum a todos, também vivemos momentos difíceis e há aquelas situações e sentimentos que carregamos dentro da alma que na verdade nem sabemos expressar.
Mas o que posso afirmar, com segurança, é que Dona Nancy foi uma amiga sem igual, pessoa difícil de ser encontrada. Não sou dada a contar histórias, mas seriam muitas, alegres, engraçadas e, também, tristes. Foi amiga verdadeira, boa esposa e mãe. Serva de Deus e mulher virtuosa.
TERCEIRA FASE - RIBEIRÃO PRETO
Aparecida da Silva Nascimento.

Conheci Dona Nancy em 1981. Que dizer sobre alguém que foi separada para ser uma serva do Deus Altíssimo, suprindo todas as necessidades de um homem de Deus, Pr. James William Rose? Sim, é isso que ela foi, dita pelas suas próprias palavras: “Eu não fui chamada para ser uma missionária e sim ser esposa de um deles”; e que esposa ela foi!
Admirava-a vendo os seus muitos afazeres, sempre silenciosa, cuidadosa, nunca permitiu que seu esposo tivesse quaisquer preocupações a não ser ministrar e cuidar das suas ovelhas dadas por Deus; e que ministério abençoado.
A igreja então era impecável, com suas flores ornamentando-a, pelas mãos maravilhosas de uma mulher sabia, que trazia o seu encanto e dedicação. Sentíamos a paz, harmonia do santuário, trazendo refrigério para nossas almas.
Incansável no cuidado e educação dos seus filhos e da casa. Sempre tudo no lugar, com cheiro suave das belas flores que ela decorava. Não foi em vão que tanto esposo, como os filhos tratavam-na como a rainha do lar e mãe amorosa.
Dona Nancy, posso dizer, é sinônimo de graça, mulher virtuosa, esposa dedicada e exemplo de fidelidade a Deus, para todos nós. Posso dizer que todos os membros da igreja em Ribeirão Preto, que conviveram com essa amada irmã trazem no seu cerne muitos dos seus belos ensinamentos de uma serva fiel, e seu legado de mulher virtuosa permanece entre nós. (Pv 31.10)
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No Culto in Memorian, à Dona Nancy Rose, nos EUA, teve um especial com o cântico “O Céu é mais Doce para Mim”.
No grupo: D. Francisca, Fred, Duke, Fran, Laura RP, Pr. Roberto Smith e sua esposa Katy, Cristina, Sharon, Adriana e Pr. Terril Rose. Na Igreja Tabernáculo em Greenville, South Carolina - USA.
CULTO MEMORIAL NOS EUA
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