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O Pastoreio de Missionários

Um chamado ao cuidado genuíno no ministério

 

Em nossas igrejas batistas conservadoras, temos cultivado, não sem lutas e tensões, um zelo doutrinário digno de reconhecimento, um compromisso firme com a sã doutrina e com a centralidade do Evangelho (2Tm 1.13-14; Jd 3). Contudo, esse zelo não pode se limitar à preservação da ortodoxia. Ele precisa se manifestar também na obediência prática à Grande Comissão, na responsabilidade de fazer discípulos, de plantar novas igrejas e de proclamar o Evangelho “até os confins da terra” (Mt 28.19-20; At 1.8).

 

Dentro desse chamado, Deus levanta, em cada geração, irmãos com dons específicos e vocações muito claras para atravessar fronteiras geográficas, culturais e linguísticas (Ef 4.11-12; Rm 10.14-15). Eles não são “supercrentes”, nem mais obedientes, espirituais ou sacrificialmente dispostos do que diversos irmãos que permanecem nas igrejas locais. São, simplesmente, diferentes em vocação e em habilidades ministeriais, e exatamente por isso também possuem necessidades específicas de cuidado, acompanhamento e pastoreio.

E é exatamente aqui que temos falhado.

 

DISTÂNCIA NÃO JUSTIFICA AUSÊNCIA

 

Embora grande parte dos missionários mantenha vínculos com agências facilitadoras, o vínculo mais profundo e vital é (e deve ser) com a igreja local (At 13.1-3; Fp 4.15-18). Mas, muitas vezes, esse vínculo se enfraquece com o tempo, sobretudo quando o missionário cruza fronteiras geográficas e culturais (At 14.26-28). A comunicação diminui. O sustento financeiro oscila. O cuidado pastoral se evapora. Poucos perguntam: “Como está seu coração? Como está seu casamento? Como estão seus filhos? Como vai sua fé?” Em muitos casos, a atenção da igreja se resume a uma oferta mensal (frequentemente insuficiente para o sustento de uma família no valor enviado) e a uma oração protocolar durante o culto. Isso não é cuidado. Isso não é pastoreio. Isso não é comunhão.

 

MISSIONÁRIOS SÃO OVELHAS QUE ESTÃO GEOGRAFICAMENTE LONGE

 

A situação costuma ser menos grave quando o missionário está em contexto próximo ou familiar. A proximidade favorece o vínculo. Mas justamente por isso, a negligência com os que estão longe torna-se mais evidente e, tristemente, mais comum. O distanciamento geográfico não deveria produzir abandono espiritual. Missões transculturais exigem mais que recursos. Exigem presença pastoral, mesmo à distância – e o uso da tecnologia aqui pode ser uma grande bênção – e um compromisso profundo com o cuidado integral de quem serve (Fp 2.25-28; 3Jo 5-8).

 

O QUE PODEMOS FAZER?

 

Não se trata de sobrecarregar pastores ou igrejas que já lidam com agendas exaustivas e orçamentos apertados. Trata-se de reorganizar prioridades com amor, responsabilidade e criatividade. Quero propor algumas ações possíveis que, mesmo trabalhadas isoladamente, podem produzir excelente impacto no pastoreio dos missionários:

 

DESIGNAÇÃO DE UM PASTOR OU CONSELHEIRO RESPONSÁVEL

 

Alguém da liderança que deverá manter contato regular com cada missionário. Deve ser alguém com “coração de pastor” (ainda que não seja formalmente ordenado ao ministério) que ore, escute, aconselhe, encoraje e, se necessário, confronte com amor (2Tm 1.3-4; Cl 4.7-9). Esse cuidado precisa ser bíblico, constante e relacional, e não apenas funcional.

 

Criação de comitês de cuidado missionário

As igrejas parceiras de uma mesma cidade/região podem formar um pequeno grupo para acompanhar a vida integral do missionário: espiritual, emocional e familiar. Isso inclui contatos frequentes, mensagens de apoio, oração intencional e atenção a necessidades práticas (Fp 4.10).

 

Visitas ao missionário, não somente ao campo

Mais do que “ver o projeto”, é imprescindível ir para abraçar, ouvir, orar e fortalecer vínculos (At 15.36; Rm 1.11-12). A presença pastoral no campo é um investimento que não pode ser medido apenas em custos logísticos ou em mensuração de resultados quantitativos de uma determinada obra.

 

Reavaliação de critérios de envio e apoio

O envio missionário deve ser fruto de vocação reconhecida, maturidade espiritual e preparo específico (1Tm 3.1-7; At 13.2-3). E o apoio não pode ser meramente financeiro. O missionário deve ser acompanhado como servo e como ovelha (Jo 10.14-16; 1Pe 5.2-3).

 

Inclusão dos missionários nas reuniões da igreja

Chamadas de vídeo, participações em cultos, momentos de comunhão online, tudo isso ajuda a manter o vínculo vivo e ativo. Os missionários precisam sentir e reconhecer em ações concretas que pertencem à igreja, mesmo à distância (1Co 12.26).

 

Ensino permanente sobre o fato de que sustento é mais do que dinheiro

É cuidado. É presença. É compaixão (Rm 12.13; 3Jo 5-8). A mobilização para o cuidado missionário deve ser um desdobramento do amor de Cristo por meio da igreja (Jo 13.34-35).

 

AMOR QUE CUIDA, MISSÃO QUE PERMANECE

 

Missionários não são heróis. São irmãos. São ovelhas do mesmo rebanho, com fraquezas e lutas, medos e limitações (2Co 4.7-9). Também se cansam, também sofrem, também precisam ouvir: “você não está só. Estamos com você. Amamos você. E oramos por você.” Eles obedeceram ao chamado de ir aonde a maioria de nós não poderemos. Sejamos fiéis em cuidar de quem foi enviado para servir.

Por amor ao Evangelho, não negligenciemos o pastoreio daqueles que O proclamam atravessando fronteiras.


Pr. Maurício Bulcão

São Bernardo do Campo (SP)

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