(Sl 119. 97; 2 Pe 3.18 - Cl 3.16 e Ef 5.18).
Certa vez uma missionária que havia servido fielmente no campo missionário se viu forçada a regressar para a sua terra natal por causa de um grande desânimo. "Não posso crer no que sucedeu comigo” dizia ela, enquanto chorava. E continuou: “O forte desânimo e desespero surgiram antes que eu percebesse o que estava acontecendo comigo. Nunca me preocupei muito sobre o futuro, finanças, saúde ou aposentadoria. Agora sinto ansiedade por tudo e durante um ano e meio tenho vivido desanimada constantemente. Me sinto culpada, envergonhada, desencorajada e derrotada.”
Aquela missionária retornou para sua terra natal para ser restaurada emocionalmente, fisicamente e espiritualmente. Neste caso específico, a missionária estava trabalhando em um local com muitos desafios e com muitas atividades. Envolvida naquele ativismo, ela não separou um tempo para ter maior comunhão com o Senhor, através da oração e do estudo aprofundado da Palavra de Deus. Parou de crescer espiritualmente.
Como estava muito atarefada na obra missionária não se deu por conta de que não estava crescendo espiritualmente. Quando ela estava em contato com a Bíblia, era somente para trabalhar preparando lições superficiais para ensinar aos novos convertidos. Preparava comida para “bebês” e não se alimentava.
Ela não estava dependendo do poder do Espirito Santo. Estava servindo na energia da carne e, aos poucos, o trabalho passou a ser um fardo. O diabo sabe aguardar o momento em que o crente está debilitado por falta de crescimento espiritual. Ele, na verdade, procura enfraquecer ainda mais a fé do filho de Deus - aquela fé esta que faz tanta falta para o genuíno crescimento espiritual.
Não é incomum nos campos missionários, e até mesmo no pastorado, quando há grandes desafios e dificuldades em várias áreas, além de poucos frutos imediatos, que o servo de Deus tenha dificuldades de relacionamentos com outros colegas do mesmo local de trabalho. Há, em muitos casos, atritos entre os pares, a ponto de não poderem mais trabalhar juntos. E o que ocorreu com a missionária acima citada.
Não separar um tempo para comunhão com o Senhor, através da oração e do estudo aprofundado da Palavra de Deus, é fatal. Se não perceber a tempo a falta de verdadeiro crescimento, a tendência é se esconder atrás do ativismo, que ajuda mais ainda a depender da carne e a envenenar e destruir as energias espirituais.
Dedicar-se aos outros, é parte importante do ministério, mas dedicar-se tanto aos outros, a ponto de esquecer-se da própria alimentação e comunhão pessoal com Deus, vai levar ao desabamento, ao colapso. Isso não ocorre somente no campo missionário, e a pastores. Acontece, também, com os membros das igrejas locais, principalmente com aquele que tem o dom de ensino e de servir. Estudam somente para ministrar aos outros, e trabalham apenas para servir os outros. Esquecem-se de si mesmos e se afastam daquele que é o provedor. Isto trará reflexos negativos pessoais e até familiares, prejudicando o relacionamento com o cônjuge e com os filhos.
Portanto, a comunhão constante com o Senhor através da oração e do estudo aprofundado da Palavra de Deus, deve ter prioridade para fortalecimento e uma renovação constante das forças. É necessário ser um adorador que adora ao Pai em espírito e em verdade. A vida cristã é a vida de Cristo manifestada no filho de Deus pelo poder do Espírito Santo. A vida cristã é Cristo vivendo a Sua vida em nós.
Portanto, qualquer porção de nossa vida que não é a vida de Cristo, não é vida cristã. Aquela porção do nosso serviço que não é a atuação de Cristo, não é serviço cristão (Fp 1.21). A Palavra de Deus é o instrumento usado pelo Espírito Santo para nos santificar. (Jo 17.17; 2 Tm 3.16-17).
Pr. Valter Nogueira
Um aviso muito oportuno.
Realmente um perigo. Cuidar da obra sem o devido contato e comunhão com o fono da obra pode levar a um corre corre central em torno de si mesmo.