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Foto do escritorPaulo Santos

Planejamento Estratégico do Trabalho Cristão

Parte 8 - Conclusão

Ainda há muito a dizer. Ainda há a Bibliologia, Antropologia, Hamartiologia, Soteriologia, Angelologia, etc. Ainda, quanto a dizer sobre a ética ministerial e pastoral. Todos estes temas, submergidos ao tema do compêndio Planejamento Estratégico do Trabalho Cristão, trarão luzes inúmeras sobre a nossa responsabilidade no Plano de Deus. Contudo,

Acredito que nosso problema, como Igreja de Cristo, não é a falta de conhecimento. Antes, a falta de disposição.

Não estamos aqui defendendo qualquer estratégia A, B ou C. Não há receita de bolo. O que há é uma ordenança focada no propósito de Deus em estabelecer Seu Nome e remir toda a história através do Seu amor e graça.

Mas, como?

A ordenança está dividida em três partes, a saber:

1)    Fazer discípulos de todas as nações. É uma tarefa mundial. É sem precedentes. É enorme. São necessários milhões de cérebros pensando e trabalhando juntos para alcançar alvo tão gigantesco. O único que poderia fazer isso sozinho não o fez – mesmo sendo Ele o Todo Poderoso. Ao contrário, começou tudo através do investimento pessoal em doze homens que quase nada sabiam. Desde então – na verdade, durante aqueles primeiros três anos de discipulado e mentoreio intensivos – tudo tem sido feito através de muito trabalho pensado, estratégico, com alvos e metas muito claras. Quanto mais longe quisermos ir, mais será necessário planejar.

 

·       Quem irá – pessoas dispostas, estruturadas e competentes para a tarefa.

·       Como será feito – há planos que, às vezes, necessitam anos de preparação.

·       Onde será feito – bastante oração, pesquisa e avaliação são indispensáveis.

·       Como será mantido – quais serão as fontes que manterão o plano funcionando.

·       Quanto custará – haverá condições de arcar com todo o plano, até que este se torne autossustentável.

·       Como saber se está dando certo – como saberemos se não estamos nos perdendo no meio do caminho.

·       Quando começaremos – qual a porcentagem, de todas as necessidades, precisa estar provida para que o plano entre em ação.

 

Sem passar por um crivo de planejamento mínimo, muitos passam pela vergonha de comunicar um sonho – não uma visão, era apenas um sonho – e ver tudo dar errado. Quanta frustração!

 

Como vimos, o próprio Senhor Jesus tinha um plano, onde todas as etapas de um planejamento estruturado estavam previstas.

 

Considere a passagem abaixo e identifique: 1) trabalho pensado, 2) estratégia, 3) metas precisas, e 4) alvos muito claros: (Mateus 10.5-20)

 

“Jesus enviou os doze com as seguintes instruções: Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos. Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel. Por onde forem, preguem esta mensagem: O Reino dos céus está próximo. Curem os enfermos, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça; deem também de graça. Não levem nem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos; não levem nenhum saco de viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento. Na cidade ou povoado em que entrarem, procurem alguém digno de recebê-los, e fiquem em sua casa até partirem. Ao entrarem na casa, saúdem-na. Se a casa for digna, que a paz de vocês repouse sobre ela; se não for, que a paz retorne para vocês. Se alguém não os receber nem ouvir suas palavras, sacudam a poeira dos pés quando saírem daquela casa ou cidade. Eu lhes digo a verdade: No dia do juízo haverá menor rigor para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto, sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas. Tenham cuidado, pois os homens os entregarão aos tribunais e os açoitarão nas sinagogas deles. Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e reis como testemunhas a eles e aos gentios. Mas quando os prenderem, não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizê-lo. Naquela hora lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por intermédio de vocês.”

 

2)    Batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito. Talvez, a parte mais fácil. Mas, nos enganamos. Batizar é o resultado de muito tempo investido em ensino, comunhão, oração e atenção em todos os detalhes, para ninguém tenha dúvidas do que está fazendo. São necessárias pessoas treinadas e bem preparadas para esta tarefa. O dia em que as águas receberão o discípulo é uma celebração. Mas, a imensa maioria dos que assistem e se alegram, não sabe o quanto foi necessário para que tudo culminasse naquele mergulho.

 

3)    Ensinar todas as coisas que Jesus ensinou. A preparação – dias investidos anteriormente – até o dia do batismo dão muito trabalho e carecem de muito investimento. Mas, a partir daí começa uma nova fase. É preciso aprofundar o ensino. Continuar com o discipulado até que o discípulo esteja pronto para se tornar mestre. Serão necessárias muitas outras horas de treinamento.

Contudo, há também um consolo e uma esperança:

“E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”

A tarefa é dificílima, sofrida demais e, na verdade, impossível aos olhos e meios humanos. Daí, a necessidade de contarmos com a Sua presença – poder, sabedoria, consolo e certeza – o tempo todo conosco.

Deus já deu o exemplo: Ele planeja. Os grandes homens de Deus, na Palavra, também. Ainda, inúmeros casos dos que falharam por negligência, comodismo ou procrastinação. Já temos a ordenança. Podemos responder a Deus como quisermos – e suportar as consequências também.

Contudo, podemos começar, ao menos, seguindo a base mais essencial do planejamento estratégico:

1)    O QUE. Deus tem colocado uma visão no coração? A visão é dele mesmo ou só um sonho pessoal, para própria glória? Veja Tiago 1. 17. Que visão é esta, precisamente. Se fosse possível fazer dela uma imagem, como uma fotografia, o que veriam nela?

2)    POR QUE. Qual razão espiritual. Qual razão secular, social. O que precisa ser resolvido, transformado ou adequado.

3)    QUEM 1. Quais pessoas estão envolvidas. Que tipo de trabalhadores são. O que eles estão fazendo. Qual preparo eles têm para estar fazendo aqui. São piedosos, amam a Jesus mais que a si mesmos?

4)    QUEM 2. Quem está recebendo as ações. Quem está sendo evangelizado. Quem está sendo discipulado, treinado, mentoreado. Quem está sendo cuidado.

5)    ONDE. Qual lugar isto está acontecendo. É ao ar livre, em uma sala, um salão, em uma residência.

6)    COMO. Como isso está acontecendo. Quais recursos materiais, estruturas ou capacitações humanas específicas. É pessoal ou em grupo. Qual faixa etária.  Quais regras para funcionar. Quais responsabilidades junto à prefeitura, estado e país.

7)    QUANTO CUSTA. O que precisa ser comprado, mantido, cobrado. Qual material, equipamento ou transporte precisará ser providenciado. Que tipo de profissional ou responsável precisará ser contratado. Quem serão os investidores, mantenedores, ofertantes.

Duas perguntas fundamentais:

  • Uma oportunidade ou uma ameaça?

Oportunidades e ameaças vêm de fora. Elas chegam até nós, muitas vezes, sem que as procuremos. É algo que, talvez, não estamos pensando a respeito – muito menos planejando. Podem ser reais e promissoras. Mas, podem ser perigosas e causar muito problema futuro. É preciso orar, ter bastante investigação, calma e paciência. Sobretudo, muita oração.

 

  • Quais nossas forças e fraquezas no tocante à sua realização?

Podemos realizar esta visão? Temos alguma condição real ou vamos apenas pela fé – veja que agir por fé não exclui trabalhar duramente para que aconteça. Antes, agir por fé vai nos tornar precavidos, com muita oração, vai nos ajudar a medir constantemente os resultados.

 

Nossas fraquezas – uma impossibilidade pessoal, humana ou financeira, pode estar sinalizando algo. Será que vamos conseguir levar o projeto à frente, com o passar dos anos?

 

Nossas forças – será que não vão nos deixar levar pelo orgulho ou arrogância de pensar que podemos fazer tudo sozinhos – sem Deus, parceiros adequados, sem plano?

 

Como adequar tudo isto, de maneira que glorifiquemos a Deus?

“E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”

Após tanto visto aqui, não  há como refutar, precisamos planejar. Na verdade, há como refutar e fazer as coisas ao contrário do que Deus nos ensinou. Podemos ser loucos e desconsiderar, sim.

Mas, no fundo, sabemos que Deus quer fidelidade, sabedoria e diligência da nossa parte: (I Tim. 4.2)

Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.

Espero, em Cristo, que este estudo lhe tenha sido relevante e que você encontre a graça de Deus viva e atuante em sua vida e ministério. Amém.

 

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Paulo Santos é casado com a Rosana. Teólogo (SBE), Mestre em Ministérios (SBPV) e doutorando em ministério (SSC), plantador da Comunidade Cristã das Boas Novas Atibaia. Foi líder nacional de educação e fundador da Agência Missionária da Convenção Brasileira dos Irmãos Menonitas. Fundador do Instituto Vocati Discipulado e Liderança (2009), o qual distribui gratuitamente material, cursos e treinamentos para Evangelismo, Discipulado e Liderança. Missionário e líder de projetos para o Brasil, América Latina, África.

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