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Foto do escritorSulamita Silva

Santificação - A marca do cidadão do Céu

A decadência moral da sociedade está em curso acelerado. Disfarçados em avanços tecnológicos, modernismo e liberdade de expressão, o pecado tem se espalhado como um câncer metastático, infiltrando-se em todas as camadas sociais e religiosas. Floresce um relativismo moral e cultural, abrem-se as comportas da desordem e de práticas ilícitas sob o pretexto de que “o importante é ser feliz”. Mas... que tipo de felicidade? Se essas práticas trazem felicidade, por que tem aumentado tanto o número de suicídios, depressão, internações psiquiátricas, dependência química tanto de drogas lícitas quanto das ilícitas?

 

Pode ser fácil sermos enredados pelas normas deste mundo e pelas coisas que a sociedade considera importantes. Porém, como salvos em Cristo, temos o Espírito Santo que vive em nós, transformando a nossa mente pela Palavra de Deus. Adquirir uma nova mentalidade tem que ser uma escolha constante. Devemos pedir a Deus, regularmente, que nos transforme através da aquisição de uma nova mentalidade.

 

Hebreus 12.14-17 é um dos textos mais sérios da Bíblia: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, porque ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado”. 

 

Jesus é a âncora da nossa salvação. Sem Ele, não somos nada. Ele é o único que nos mantém conectados com o Pai e caminhando com Ele. No entanto, isso não significa que somos livres para viver do jeito que quisermos. Nós encontramos instruções práticas nas Escrituras, especialmente nestes versículos de Hebreus.  Cada vez que comprometemos a santidade de Deus com o nosso modo de vida, estamos nos prejudicando seriamente. Isto não se refere somente às “grandes coisas” como infidelidade conjugal, ou atividade criminal, mas também nas “pequenas coisas” como fofoca, mentira, desonestidade, falta de domínio próprio.  

 

A Palavra de Deus deve estar continuamente influenciando os nossos pensamentos. Em vez de irmos buscar validação na sociedade ou nas redes sociais, devemos olhar para a Palavra de Deus e ver nela o nosso valor como filhos amados do Rei dos reis. Este processo não acontece da noite para o dia. Ao trocarmos intencionalmente, dia após dia, padrões de pensamento velhos e destrutivos por outros que estejam focados na verdade de quem Cristo é, encontramos a nossa verdadeira identidade em Cristo. Trazemos glória a Deus em nosso corpo quando olhamos para o que é santo, gostamos de ouvir somente o que é puro, quando nossas mãos praticam a retidão e nossos pés escolhem andar na justiça.

 

Esaú foi culpado de pecado deliberado de cujas consequências não achou libertação. Ele trocou a paz e a santidade pelos prazeres terrenos imediatos. Perdeu a sensibilidade espiritual. Esaú também demonstrou um arrependimento tardio. Esse é um perigo para o qual a carta aos Hebreus sempre nos alertou. Desviar-se de Deus é muito desastroso. Ele desprezou os privilégios espirituais e cruzou aquela linha invisível do ponto sem retorno. De nada adiantava sentir remorso, pesar, verter lágrimas, fazer súplicas ou desejar aquilo que desprezara e perdera. Nada podia trazê-lo de volta. 

Flertar com o pecado sempre traz consequências desastrosas! Para o cristão ele deve ser nojento e desprezível pois custou a vida do nosso amado Salvador. 

 

Outro ponto é “seguir a paz com todos”. Devemos nos esforçar para viver em paz, não somente com as pessoas que gostamos e que escolhemos como nossos amigos, mas com todos. Isso não significa que devemos dar às costas para a injustiça, mas que devemos lutar contra a injustiça da mesma forma que Jesus lutou.  

 

Concordo com Hernandes Lopes quando afirma: “É bem verdade que muitos dos nossos problemas vêm das pessoas. Elas nos ferem, nos decepcionam, nos perseguem e testam nossa paciência até o limite. Devemos aproveitar esse tempo para aprender a viver em paz com essas pessoas (Rm 12.18). Não podemos permitir que os outros arranquem nosso coração e nos encham de ódio. Se permitirmos isso, eles terão nos derrotado. Não podemos permitir que os outros determinem como vamos reagir ao que eles nos fazem. Não podemos terceirizar nossos sentimentos. Não podemos caminhar bem quando estamos em guerra com os outros”. 

 

Paz não significa ausência de conflito, mas buscar a santidade continuamente, alinhando nossas vidas com a Palavra de Deus. Quando encorajamos outros a fazer o mesmo, falando a verdade em amor e sem condenação, nós continuamos a promover e a buscar a paz e a santidade.  

 

Não podemos permanecer vitoriosamente na corrida quando nossa alma fica carregada pelo pecado. A santificação precisa seguir a paz. A busca da santidade é uma marca inegável de quem deseja ver a Deus um dia. Se o pecado não te incomoda, reveja sua fé antes que seja tarde!!! Onde não existe o fruto visível da santificação, podemos estar certos de que ali também não existe eleição. 

 

O autor chama nossa atenção ao fato de que uma raiz de amargura pode fazer um estrago tremendo em nossa vida e em nossos relacionamentos. A pessoa amargurada não só prejudica a si própria, mas como um câncer se espalha pela vida dos outros, fazendo com que muitos sejam contaminados. À medida que espalham suas mágoas por meio de fofocas e falatórios inúteis, semeiam a discórdia entre irmãos. 

 

Que grande estrago a amargura pode trazer no meio do povo de Deus! Uma pessoa amargurada vive perturbada. Não tem paz. Está em conflito consigo mesma. Essa pessoa, além de viver perturbada pelo vendaval de seu próprio coração, ainda contamina as pessoas à sua volta. Ela destila o seu veneno. Espalha o seu mau humor. Deixa vazar pelos poros da alma todo o seu azedume. Esse é um modo de vida que não precisamos escolher. O preço é alto demais! Escolha a paz e o perdão, viva livre, viva em paz com Deus e com os outros ao seu redor.  

 

Deus cura as nossas feridas profundas. Pedir ao Espírito Santo que nos transforme diariamente, muda o nosso sentido de valor. Quando removemos padrões de pensamento destrutivos e os substituímos pela verdade da Palavra de Deus, poderemos discernir a sua vontade e viver para ele. Lembre-se sempre de que és amado e valorizado, não por causa de algo que tenhas feito, mas por causa daquele a quem pertences.  

 

Jesus é o nosso Príncipe da Paz. Ele afirma em João 14.27 “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Na vida cristã, há uma relação inegável entre alegria e obediência. Se você está sem alegria, comece analisando sua obediência ao Senhor. Sem um relacionamento com Ele não temos esperança de paz em nossas vidas ou no mundo. Ao buscar a paz, devemos nos lembrar de que a verdadeira paz existe somente na busca da verdade e santidade. Se continuarmos a crescer em nossa caminhada com Deus e na comunhão com outros cristãos, nós cresceremos em Santidade e estaremos certos de que somos verdadeiros cidadãos dos céus.  

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Sulamita Silva

 

FONTES:

LOPES, Hernandes Dias. Hebreus - A Superioridade de Cristo. HAGNOS 2018

 

 

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