A Escatologia e o Planejamento Estratégico do Trabalho Cristão
(Parte 7)
Não vamos nos prender nos pormenores deste tema. A exegese do Apocalipse, assim como os inúmeros textos bíblicos complementares, confirma que o futuro trará ainda muitas evoluções do plano de Deus. E, como sabemos, o que deverá acontecer até a segunda vinda de Jesus Cristo já está revelado, ainda que não tão detalhadamente como gostaríamos.
Assim, todo sistema teológico tem sua Escatologia.
O princípio é: tudo que tem um começo tem de ter um fim.
Desta forma, consideraremos daqui em diante – segundo o tópico acima – as coisas do fim. De uma forma geral, Escatologia trata da Segunda vinda de Cristo, Ressurreições, julgamentos, Milênio e o Estado final das coisas no Novo céu e a Nova Terra. Mas, fundamentalmente:
Escatologia trata da totalidade – conclusão, consequência, finalização – do Plano de Deus.
Não nos foram dados todos os detalhes. Nosso testemunho para o mundo ou para as pessoas, nossas obras, proclamação e orações foram requeridos por Deus. Logo, aquilo que fazemos hoje como Igreja, afetará definitivamente como será o futuro e quem estará lá!
Tópicos indispensáveis à Escatologia
Há muito a considerar sobre o tempo que ainda resta a este mundo. Imensamente mais, há muito que considerar sobre qual o nosso papel, como Igreja, dentro desta enxurrada de eventos ainda por vir.
Vamos conferir somente alguns dos temas que ordenarão os eventos futuros:
No tocante à Igreja.
· A ressurreição dentre os mortos - I Ts 4.16, I Co 15.22 e 23
· A transformação dos vivos - I Co 15.51 a 52
· O arrebatamento da igreja - I Ts 4.17
· Julgamento e recompensa de obras - II Co 5.10
· Apresentação da esposa - Ap 19.7 a 9
· Levar a esposa para seu lar - Ap 21.2
No tocante aos ímpios
· Participação na tribulação - II Ts 2.7 a 12
· Revolta do anticristo e seu exército - Ap 10.19 a 21
· Nações aliadas em condenação eterna - Mt 25.31, 32 e 41
· Julgamento final - Ap 20.12
· Condenação ao lago de fogo - Ap 20.15
No tocante ao anticristo
· Provisão de sua vinda - I Jo 2.18 e 4.3
· Seu concerto com os Judeus - Dn 9.27 e Jo 5.43
· Concerto será quebrado - Dn 9.27 e Mt 24.15
· Será exaltado como se fosse Deus - Ap 13.4 a 6 e 12
· Comandará a revolta no Armagedom - Ap 16.13 a 16; 17.8 a 14 e 19.11 e 19
· Será destruído e condenado - II Ts 2.8
No tocante a Israel
· Israel será restaurado em sua própria terra - Ez 36.24 a 28
· O templo e o culto serão restaurados - II Ts 2.3 e 4
· Israel confirmará o pacto com o anticristo por um tempo - Dn 9.27
· Israel terá uma conversão nacional - Is 25.9 e Rm 11.26
· Serão missionários às nações - Is 2.1 a 3
· Será estabelecido permanentemente na terra - Am 9.15
· Israel e Judá unificados de novo - Ez 37.21 a 22
No tocante às nações gentílicas
· Serão separadas por meio de julgamento - Mt 25.31 e 33
· Gentios salvos participarão do milênio ao lado de Cristo - Mt 25.34
· Ímpios não tomaram parte - Mt 25.41 a 46
No tocante a Satanás
· Será expulso dos lugares celestiais - Ap 12.7 e 9
· Irá à terra com grande cólera - Ap 12.9 e 12
· Controlará o anticristo - Ap 13.2; II Ts 2.9 e 10
· Será acorrentado no abismo por mil anos - Ap 20. 2 e 3
· Será solto por um pouco de tempo depois do Milênio - Ap 20.7 e 8
· Será depois lançado no lago de fogo - Ap 20.10
Período
· Início - Marcado pela revelação de Cristo - II Tm 4:1
· Fim - Julgamento das nações apóstatas - Ap 20.3, 7 e 9
Note que, os tópicos acima são apenas alguns dentre uma longa totalidade. Ainda se pode aumentar muito esta lista.
Assim, a grande pergunta é:
Como negar que temos, como igreja um papel todo próprio dentro de tudo isso?
Nossas obrigações como povo
Já foi dito parágrafos atrás, que o que Deus nos ordenou a viver e fazer, como povo Dele - responsáveis por Sua representação para o mundo hoje, é:
· Proclamar - anunciar o Evangelho. Comunicar a oferta de reconciliação entre Deus e o homem (II Co 5.18-20) - somos embaixadores de Cristo!
· Dar o bom testemunho. A ordem é para sermos sal e luz, não para defender costumes, moral e tradição. Todas estas coisas podem estar completamente fora da vontade de Deus. O bom testemunho tem a ver com nossa adequação ao padrão santo de Deus e Seu Reino - isto, por si só, já choca o mundo perdido nas trevas.
· Notar, amar e servir as pessoas. Diria que, necessariamente, nesta ordem. Não podemos ser e viver igreja pensando na nossa própria condição - conforto, gosto etc. Isto é antagônico à essência do Evangelho. Antes, doar-se, servir, entregar-se, é mais próprio.
Negar o trabalho pessoal, eclesiástico ou organizacional cristão é negar a resposta ao chamamento mais único da Igreja de Cristo: (I Pe 3.9)
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
Eternidade
Temos crido na doutrina da responsabilidade humana. Nela, Deus graciosamente revela sua Pessoa, decretos e vontade e espera que o homem responda a Ele. Crentes e descrentes podem responder positiva ou negativamente.
O crente, ao permitir-se “errar o alvo”, ocupa-se com seu próprio plano de vida, focado em sua própria vontade e interesse, vivendo a vida religiosa ao invés da piedosa. Assim, não responde adequadamente à graça de Deus. O ímpio, ao desprezar sua condição irremediavelmente perdida – ou, separada de Deus – nega qualquer possibilidade de reconciliação com seu Criador. Igualmente, nunca conhecerá efetivamente a graça divina.
Mas, Deus nos convoca a proclamar para ambos que a graça está disponível. Ainda que já redundando, Deus nos chamou, como igreja, para três funções muito específicas:
· Proclamar - precisamos, definitivamente, entender que Deus nos convocou para anunciá-Lo. Os resultados da proclamação não nos pertence. Antes, a cada um, após ouvir a vontade de Deus para si.
· Amar - O apóstolo Paulo já nos ensinou (I Co 13) tudo sobre este amor que brota de Deus e nos é implantado pelo Espírito Santo (Gl 5. 22). Sem ele, nada vale realmente a pena (I Co13. 2)
“Se não tiver amor, nada serei”
· Servir - sem o trabalho, tudo dito até aqui é teoria sem serventia. Disse Tiago (Tg. 2. 17)
“Assim também a fé, se não se traduzir em obras, é morta em si mesma.”
É possível até ser louco e ir contra tanta argumentação bíblica e refutar tudo isso. Mas, seria só loucura mesmo. Ou, podemos até aceitar e consentir, intelectualmente, dizendo amém. Mas, sem ação e trabalho, é igualmente loucura.
Temos que tomar cuidado com o ativismo
Sim. Vamos cuidar para que nossas ações não sejam obras vazias de sentido e referência em Cristo, para Sua glória – aquelas obras que o apóstolo advertiu que seriam queimadas.
Mas, igualmente essencial é rever nosso julgamento e certificar-se que nosso pretenso equilíbrio não passa de negligência e desprezo pela ordenança do Senhor: (Mt. 28. 19-20)
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”
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Paulo Santos é casado com a Rosana. Teólogo (SBE) e Mestre em Ministérios (SBPV), plantador da Comunidade Cristã das Boas Novas Atibaia. Foi líder nacional de educação e fundador da Agência Missionária da Convenção Brasileira dos Irmãos Menonitas. Fundador do Instituto Vocati Discipulado e Liderança (2009), o qual distribui gratuitamente material, cursos e treinamentos para Evangelismo, Discipulado e Liderança. Missionário e líder de projetos para o Brasil, América Latina, África.
Contato: coordpaul@gmail.com
WhatsApp: (11) 982672361
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