As cinco feridas emocionais
- Gerson Avena

- 2 de ago.
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Atualizado: 3 de ago.
As feridas emocionais são marcas profundas que moldam nossa maneira de perceber o mundo, relacionar-se com os outros e até mesmo compreender a Deus. Entre as mais comuns e devastadoras estão a rejeição, injustiça, abandono, humilhação e traição. Essas feridas têm raízes tanto na experiência bíblica quanto na psicologia moderna, revelando-se como obstáculos que precisam ser curados para uma vida plena.
A rejeição é uma das primeiras feridas que enfrentamos. Desde o ventre materno, podemos sentir-nos excluídos ou indesejados. Na Bíblia, vemos exemplos como José, que foi rejeitado pelos irmãos (Gênesis 37), ou Davi, desprezado por sua própria família (1 Samuel 16). Psicologicamente, a rejeição gera baixa autoestima e medo de se abrir ao próximo. Jesus, porém, nos ensina que somos amados por Deus incondicionalmente (Romanos 8:38-39), oferecendo esperança de aceitação verdadeira.
A injustiça também deixa marcas profundas. Pessoas que vivem situações de desigualdade ou abuso carregam cicatrizes invisíveis. A Bíblia relata casos como o de Jó, que sofreu injustamente (Jó 1-2), ou os injustiçados no sistema legal de seu tempo. Psicologicamente, a sensação de injustiça pode gerar ressentimento e raiva. Contudo, Jesus nos chama a perdoar e confiar na justiça divina (Mateus 5:44), libertando-nos do peso da vingança.
O abandono é outra ferida dolorosa. Sentir-se deixado sozinho em momentos difíceis provoca insegurança e medo de confiar novamente. Na Bíblia, Elias experimenta o abandono quando se sente só diante dos profetas de Baal (1 Reis 19). Psicólogos apontam que o abandono pode levar à ansiedade de separação e dificuldades em estabelecer vínculos saudáveis. Jesus mesmo sentiu-se abandonado na cruz (Mateus 27:46), mas sua entrega revela que Deus nunca nos abandona verdadeiramente.
A humilhação destrói a dignidade e afeta a autoestima. Pessoas humilhadas podem internalizar sentimentos de vergonha e inferioridade. Na Bíblia, Maria Madalena foi humilhada por seus pecados antes de encontrar perdão em Cristo (João 8:1-11). Psicologicamente, a humilhação reforça crenças negativas sobre si mesmo. Jesus oferece restauração àqueles que foram humilhados: “Bem-aventurados os que choram” (Mateus 5:4), prometendo consolo e renovação.
Por fim, a traição causa uma dor profunda na alma. Ser traído por alguém confiável gera desconfiança e dor emocional intensa. Judas Iscariotes traiu Jesus por trinta moedas (Mateus 26:14-16), um exemplo extremo dessa ferida. Psicologicamente, a traição pode levar ao medo de se abrir novamente ou ao sentimento de vulnerabilidade constante. No entanto, Cristo nos ensina a perdoar até mesmo nossos traidores (Mateus 18:21-22), promovendo cura interior.
Em suma, as cinco feridas emocionais - rejeição, injustiça, abandono, humilhação e traição - são experiências humanas universais que podem nos afastar do amor pleno de Deus se não forem tratadas com cuidado e fé. A Bíblia oferece esperança e caminhos para cura através do perdão, da confiança em Deus e do amor incondicional de Cristo. Psicologicamente, reconhecer essas feridas é o primeiro passo para libertar-se delas; buscar ajuda profissional aliado à fé é fundamental para restaurar a alma ferida. Assim como Jesus veio para curar os quebrantados de coração (Isaías 61:1), também somos chamados a buscar cura interior para vivermos livres dessas dores profundas.
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Gerson Avena
Pastor e Psicólogo
Curitiba (PR)







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