google-site-verification=AlGgplHlEwGIzCUG4Hr-hF6Aq7S75CZjD2J_rZrN2Zo
top of page

EU, o meu Deus

Quando Deus colocou o povo de Israel na Terra Prometida, fez duras advertências quanto à idolatria (Dt. 4. 15-19). A ordem era lançar as nações que habitavam Canaã para fora da terra como um juízo do próprio Deus sobre elas por causa da sua impiedade e idolatria.

 

Os israelitas deveriam limpar a terra e não se misturar com seus moradores por meio do casamento. A separação de outras nações era a condição para desfrutar do agir, da proteção e da providência de Deus para a nação de Israel. Esse zelo inculcado e enfatizado (Dt. 6. 6,7) se devia ao fato de que Deus não toleraria dividir adoração com qualquer outro deus, nem admitiria adoração a imagens: reflexo das criaturas por Ele criadas. O Deus santo queria para si um povo, uma nação separada e exclusiva em adoração à Ele.

 

A despeito de todas as ordens e advertências, o povo se contaminou: se casaram com os filhos e filhas de outras nações, ergueram altares para todo 'o exército dos céus', contaminaram a terra da aliança, o monte em que Deus estabeleceria Seu Nome para sempre.

 

Em decorrência de sua desobediência, o povo colheu todas as consequências que haviam sido profetizadas: foram invadidos pelas nações vizinhas, foram levados como prisioneiros e escravos para terras estrangeiras, abandonaram o Deus de seus pais, deixaram sua terra devastada e suas construções habitadas por forasteiros idólatras.

 

No tempo em que os sírios dominavam Israel, o Reino do Norte, uma menina judia foi levada como escrava para servir na casa do mais honrado capitão do exército inimigo: Naamã. Essa menina, uma pré-adolescente, era serva da esposa de Naamã.

 

A Bíblia, em II Reis 5, conta a história maravilhosa desse encontro improvável de dois personagens de realidades tão diversas que são colocados no plano de Deus para um testemunho impactante de uma israelita inominada, de uma escrava insignificante para com um grande general, um homem importante da grande nação Síria.

 

As Escrituras dão um breve relato de quem era Naamã: ele era comandante do exército do rei da Síria, era grande diante do seu senhor, um herói de guerra, porém leproso (II Reis 5.1). Embora gozasse de elevada posição social e econômica, Naamã tinha uma doença contagiosa, incapacitante e, na sua época, sem cura; essa enfermidade iria desfigurá-lo aos poucos culminando em sua morte.

 

Que tragédia para um homem tão poderoso! Ainda que digno oficial militar, não podia participar de convívio social ou familiar normalmente. Quantas dores pesavam em seu coração? Quantas dúvidas e questionamentos pairavam em sua mente?

 

De outro lado, uma menina, sem ter menção de nome, estava a serviço da esposa Naamã. Havia sido capturada em sua terra e levada cativa para uma terra desconhecida; com outros costumes, língua, crenças. Mas isso não impediu que ela testificasse a respeito do verdadeiro Deus, Aquele que poderia curar até mesmo uma moléstia incurável.

 

Ela estava sozinha, longe da sua terra, da sua família, de tudo o que conhecia; estava só em sua fé em Deus. Talvez ela tivesse presenciado seu poderoso senhor, ou seus soldados matarem seus pais; presenciado barbáries em tão tenra idade que nunca imaginamos; ainda assim seu coração pulsava na batida correta: em direção a Deus.

 

Essa criança estava em uma posição que lhe fora imposta e da qual não podia sair, entretanto, seu testemunho, sua maneira de viver foi achada digna de confiança pela sua senhora a ponto de crer e levar seu marido a crer que em Samaria ele encontraria um profeta que lhe traria cura.

 

Que grande exemplo de uma serva fiel a Deus (Efésios 6.5-8) que não se permitiu ressentir diante da dura realidade que vivia, mas pôde compartilhar o amor e a graça que só podem ser encontrados no verdadeiro Deus. Ao se atrever a falar com sua senhora colocou sua própria vida em risco afim de trazer salvação para seu inimigo. 

 

Ela compartilhou os ensinamentos que aprendera e apontou o caminho para que outros pudessem participar da sua fé tão inabalável. Quantas marcas haviam no coração da pequena serviçal da esposa de Naamã? Que aflições pairavam em sua mente quando fechava os olhos para dormir?

 

Quantas marcas há em seu coração??? Quantas feridas foram feitas por pessoas próximas, por conhecidos íntimos, por sofrimentos inerentes a nossa vida cotidiana? Essas marcas muitas vezes nos levam a erigir altares em nosso íntimo; nos levam a pensar que merecemos nos blindar das pessoas e centrar em nós mesmos.

 

Passamos a crer que a nossa dor e sofrimento é maior que os que as outras pessoas vivem; nos convencemos que merecemos, dessa forma, ter a atenção ou a recompensa que julgamos justa pelas circunstâncias que fomos obrigadas a viver. Nos tornamos assim amargas e infrutíferas ansiando por algo que não nos pertence e que não merecemos.

 

Contra todas as probabilidades, Naamã vai em busca da esperança que lhe havia sido dada; leva uma carta do seu rei ao rei de Israel que lhe providenciasse a cura. Quando chega ao profeta Eliseu, para sua surpresa, não foi recebido como o ilustre visitante que era, nem mesmo o profeta saiu para vê-lo.

 

A ordem de se banhar no rio Jordão parecia indigna e afrontosa; ainda assim cumpriu a ordem do profeta e pôde ver sua pele ser regenerada miraculosamente. O capitão sírio precisou descer do seu pedestal e se humilhar para receber mais que a cura física; poder crer que o Deus de Israel era o verdadeiro e único Deus.

 

Com o coração cheio de compaixão, a serva israelita conseguiu ver além da sua dor, além das circunstâncias hostis em que se encontrava e pôde partilhar sua fé com ousadia e generosidade. Assim como ela, precisamos ter um coração disposto a enxergar além das nossas necessidades e sofrimentos e dividir a alegria e esperança que só Deus pode conceder.

 

Ainda hoje o Senhor tem desejado ser o único em adoração no nosso coração; Ele, o criador, o doador da vida, o Salvador quer ter a preeminência, quer que acima da nossa posição social, ou ausência dela, vivamos para Sua glória; quer que possamos compartilhar da Sua salvação e amor mesmo em circunstâncias adversas; quer ter o lugar que só pertence a Ele.

"Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." (Romanos 11.36)

 

Luana Batista

Igreja Batista Central

Dourados MS

 

Comentários


Oferte:

O Jornal de Apoio é um ministério sem fins lucrativos. As ofertas e doações servem para os custos administrativos da missão na divulgação da obra missionária.

Compartilhe:

Ore e ajude a obra de missões divulgando as matérias do Jornal de Apoio. Compartilhe nas redes sociais e apoie os ministérios divulgados.

  • Facebook
  • Instagram
  • Youtube

©2023 - Jornal de Apoio.

Fale Conosco:

Edição e Redação: (16) 99192-1440

jornaldeapoio.editor@gmail.com

bottom of page