Esta é a primeira parte deste texto
Neste artigo pretendo, por meio da Escritura Sagrada, defender que um evangelista para que seja de fato um evangelista cristão deve seguir o exemplo de Jesus Cristo conforme reportado na Bíblia Sagrada. Vou destacar algumas pregações de Jesus, alguns relacionamentos pessoais e sociais, assim como princípios que considero essenciais que Jesus nos legou acerca da ação evangelista cristã.
Desde Sua encarnação (e até antes dela), Jesus é descrito como um evangelista. O escritor aos hebreus afirma que Jesus é o Apóstolo (“Enviado”) e Evangelista de Deus. Nesse sentido podemos afirmar que foi Jesus Cristo, o Jeová Filho que “evangelizou” Adão, buscou o rebelde Caim e salvou Noé e sua família (Hb 3.1; Ef 2.17; Hb 11.1-5). Do mesmo modo o evangelista cristão tem como missão buscar o perdido para que este seja salvo por Jesus (Lc 19.10)
Jesus dependeu do Espírito Santo para seu ministério de evangelização e discipulado. Semelhantemente o cristão para que, de fato, seja um evangelista cristão, deve depender do Espírito de Deus para ir, ficar, partir, pregar, calar-se quando convém, viver e até mesmo morrer seguindo o padrão de Jesus (Lc 4.18; At 1.2; 4.22; 10.38; 2 Tm 1.14).
Jesus comissionou Sua Igreja à evangelização e discipulado mundiais assim como estabeleceu uma “agenda” de evangelização prioritária centrífuga (do “centro” para fora) para que Sua Igreja obedeça. A evangelização cristã deve seguir o padrão determinado por Cristo priorizando os perdidos que estão mais próximos de si ao mesmo tempo em que envia evangelistas missionários aos que estão longe. Os pastores deveriam ter o cuidado de não inculcar à igreja que evangelizar é o mesmo que convidar para o culto evangelístico, mas que sim, pode incluir tais cultos, contudo não ignorar que cada cristão deve fazer “a obra de um evangelista” – isto é, sair em busca dos perdidos (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 4.43; 2 Tm 4.5).
Jesus não se prendia às amarrações das tradições arcaicas por mais que tivessem uma aparência de “santidade”. Jesus não se limitava à evangelização nas sinagogas, tendo evangelizado numa praia, assentado num barco improvisado. Além disso Jesus evangelizou uma samaritana amasiada, permanecendo um tempo considerável a sós com ela, quebrando tabus que dantes eram obstáculos, alcançando também outros “desprezíveis” samaritanos. Jesus sempre atendia convites para eventos sociais onde podia evangelizava também judeus degredados (Lc 5.33-39; 6.1-11; Lc 5.27-33; 15.1,2; Lc 5.1-3; Jo 4.27.)
Jesus não media esforços para evangelizar uma única pessoa. O Mestre recebeu o mestre ancião Nicodemos num horário inadequado e posteriormente enfrentou um sol escaldante para evangelizar apenas uma samaritana (Jo 3-4). Jesus navegou em busca de um único miserável pagão endemoninhado em uma terra “proscrita” (Mc 5.1-19). Jesus evangelizou um cego de nascença que não o buscava (Jo 9). Jesus, em meio à grande agonia na cruz, esforçou-se para evangelizar um “paciente terminal” que agonizava ao seu lado (Lc 23). Jesus mesmo após Sua ascensão evangelizou Saulo na estrada de Damasco (At 9).
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