Vivendo na Babilônia
- Genaina Reder
- 30 de jun.
- 3 min de leitura
Conhecemos bem a história do povo de Israel disciplinado por Deus por seus pecados, sendo eles entregues por Deus nas mãos da Babilônia, quando foram feitos cativos por Nabucodonosor durante setenta anos. Contamos e recontamos às nossas crianças nas Classes das Escolas Dominicais a história de três jovens hebreus que foram fiéis a Deus durante o cativeiro babilônico: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ou Hananias, Misael e Azarias. Enfatizamos a fé e a coragem desses jovens que não renunciaram à sua fé no Deus de Israel, mesmo quando tiveram de enfrentar a morte diante de uma fornalha ardente ou de leões ferozes.
Quero fazer um paralelo entre a Babilônia do tempo de Daniel e a Babilônia do nosso tempo. Sim, vivemos na Babilônia! Assim, como aqueles jovens foram levados para uma terra estrangeira, nós também vivemos aqui como estrangeiros, afinal, nossa Pátria é o céu! A Babilônia do tempo de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego tentou aculturá-los, ou seja, fazê-los adaptar-se à cultura babilônica. Ofereceram-lhes alimentos, ensinamentos e treinamentos que os fariam “esquecer-se” de suas identidades. Uma nação politeísta que não cultuava ao Deus verdadeiro, ao Deus único, criador e sustentador de todas as coisas, mas que se perdia em meio a várias divindades, inclusive a do Imperador, considerado um deus.
Não é isso que a Babilônia em que vivemos tenta fazer conosco? (E às vezes consegue...). Tenta a todo custo nos fazer esquecer que somos cidadãos do céu. Tenta minar nossa identidade em Cristo com ideologias e filosofias que questionam a razão da própria existência e duvidam da fé e das verdades das Escrituras.
A verdade é que Daniel e seus amigos, consoante a perfeita soberania de Deus, foram levados cativos para a Babilônia, não tiveram escolha, mas escolheram não se corromper com aquele lugar. Escolheram ser fiéis ao Deus de Israel. A Bíblia não especifica com precisão a idade exata de Daniel quando foi levado para a Babilônia, mas o contexto histórico e os relatos bíblicos indicam que ele era adolescente, possivelmente com cerca de 14 anos. Algumas fontes sugerem que ele tinha 17 anos quando foi deportado. Um adolescente que decidiu não renunciar à sua fé e de suas convicções.
Podemos inferir com a narrativa bíblica que Daniel não aprendeu a amar e obedecer a Deus na Babilônia, ele já chegou lá “preparado”. Os pais do tempo de Daniel levavam muito a sério a orientação do Senhor quanto aos ensinamentos que deveriam dar aos seus filhos em Deuteronômio 6.7: “Ensine-as com persistência a seus filhos.” Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.
O Senhor está falando sobre ensinar a Lei aos filhos, ensinando-os a amar, obedecer e a honrar ao Senhor. Daniel certamente aprendeu em casa a orar e dar importância à sua vida devocional com Deus. Não foi a Babilônia que o instruiu, pelo contrário, a Babilônia queria destruir esses princípios que ele cultivava. Foi no lar que ele aprendeu sobre Deus e de Deus. Foi no lar que a Palavra foi inculcada em seu coração. E nós, temos ensinado sobre Deus aos nossos filhos o suficiente para eles viverem na Babilônia do nosso tempo?
Nossos filhos têm resistido à aculturação deste mundo? Ou têm sido tragados por ele? Temos ensinado aos nossos filhos o valor da oração? Temos inculcado em nossos filhos suas verdadeiras identidades ou eles se parecem mais com o mundo do que com Cristo? Eles se arriscam demonstrando e vivendo a fé em Cristo, mesmo tendo de enfrentar exclusão, zombaria, bullying? Nossos filhos precisam ser treinados em casa para enfrentarem e viverem na Babilônia, que é este mundo, que é cada cidade, cada lugar onde Deus nos colocou para testemunhar dEle, assim como Daniel e seus amigos fizeram.
Não é o mundo que corrompe nossos filhos, é a nossa negligência em treiná-los e ensiná-los a viver para a glória de Deus. Precisamos ser intencionais na educação de nossos filhos. Precisamos estabelecer estratégias para direcioná-los e, acima de tudo, buscar na dependência do Espírito Santo sabedoria para criar nossos filhos para viver na Babilônia, sem se deixar corromper por ela. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento - Romanos 12.2.
Autora: Maria Genaína de A. R. Reder.
Casada. Mãe de um casal de filhos.
Membro da Igreja Batista em Jardim Paulista, Guarulhos (SP).
Servindo no ministério de ensino.
Professora aposentada.
Contato: mariagenaina61@gmail.com
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