É possível encontrar um múltiplo posicionamento de pessoas em meio as igrejas hoje. Há pessoas igrejadas, que fazem parte do rol de membros de igrejas locais, mas que pouco ou nada acrescentam aqueles a quem deveriam estar irmanados. Há também aqueles que, após permanecerem igrejados por longo tempo, decidiram tornar-se desigrejados, ou seja, viver sua vida sem responsabilidade alguma com igrejas cristãs. Porém, há aqueles que reconhecemos como membros de uma igreja local, aos quais devemos nos ater em entender seu lugar e importância.
O dicionário da língua portuguesa descreve o substantivo membresia como a condição da pessoa que faz parte de algo, que participa, que é membro de algo, assim como a reunião dos membros ou das pessoas que fazem parte de um grupo ou de uma coletividade. Devemos reconhecer que a palavra membresia não aparece na Bíblia, porém, o reconhecimento público daqueles que possuem uma ligação de responsabilidade e amor de uns para com outros em uma igreja local é algo visível nas páginas do Novo Testamento, de forma que ser reconhecido como membro de uma igreja local bíblica é a expressão do fato que Jesus Cristo ocupa em minha vida um lugar central.
A membresia em uma igreja local visa reconhecer aqueles em que a graça de Deus tem operado, na forma como nos ensina o apóstolo Paulo em sua epístola a Tito quando nos diz que a graça de Deus é manifesta em Cristo a todos os homens, porém, produzindo fruto apenas na vida daqueles que nele creem “Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” (Tito 2.11,12).
A ação da graça de Deus produzirá santidade de vida naqueles que verdadeiramente nasceram de novo, os quais demonstrarão possuir uma bendita expectativa quanto a seu salvador “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tito 2.13). Desta forma, a membresia em uma igreja local serve para identificar publicamente aqueles que estão unidos a ela como resultado do novo nascimento, de forma quer a membresia é o meio pela qual a igreja local demarca seus limites, distinguindo aqueles que estão debaixo de sua autoridade e influência daqueles que não possuem nenhuma ligação com ela.
O apóstolo Paulo demonstra esta verdade ao tratar de um caso de disciplina na igreja em Corinto. Reconhece que há uma distinção pública entre pessoas que eram reconhecidamente pertencentes aquela igreja e pessoas que não eram publicamente reconhecidas como ligadas aquela igreja ao usar a expressão “os de dentro e os de fora”, como vemos “Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo” (1 Coríntios 5.12,13). Naquele período os rabinos judaicos usavam a expressão “os de fora” para se referir a pessoas de outras religiões, assim como “os de dentro”, pessoas que eram reconhecidos como pertencentes aquela comunidade, diferentes dos “de fora”, pessoas que não possuíam nenhuma ligação com ela.
Por isso, o reconhecimento da membresia em uma igreja local é algo importante e ao mesmo tempo desafiador para a igreja em nossos dias, pois visa reconhecer neste mundo mutável aquilo que é verdadeiro e imutável no céu, o nome daqueles que demonstram reais evidencias de que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
Pr. Fabiano Almeida
Templo Batista Maranata de Goiânia GO
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