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O Templo, a Mesquita e a Igreja.

Jerusalém, com suas imagens e vestígios da antiguidade, é um testemunho vivo de uma história de fé e rivalidade milenar. Considerada sagrada por judeus, muçulmanos e católicos, a cidade é palco de um conflito histórico entre os descendentes de Ismael e os de Isaque, cujas disputas são narradas e confirmadas por registros históricos que remontam a séculos de rivalidade. Marcada por guerras e disputas pelo seu controle, Jerusalém viu impérios ascenderem e caírem, mas a tensão entre judeus e árabes permanece constante.



Hoje, o Muro das Lamentações, remanescente do Segundo Templo Judaico, é um símbolo poderoso para os descendentes de Isaque, que nutrem a esperança de reconstruir o templo destruído em 70 d.C. Enquanto isso, na Esplanada das Mesquitas, a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa se erguem majestosamente, representando locais sagrados para os muçulmanos.

 

As batalhas por Jerusalém não se limitam apenas a confrontos armados. O conflito também se desenrola em arenas ideológicas, econômicas, políticas e diplomáticas, onde cada parte reivindica o direito exclusivo sobre a cidade. Qualquer movimento que seja percebido como uma ameaça a um dos lados é rapidamente contestado.

 

A criação do Estado de Israel pelos sionistas em 1948 trouxe um novo capítulo a essa saga. Para os judeus, era o cumprimento de uma promessa milenar de um lar nacional. Para os árabes e palestinos, representou a usurpação de suas terras. Conflitos armados irromperam, perpetuando derramamento de sangue e tensões crescentes.

 

Jerusalém, a "Cidade Santa", tornou-se um símbolo de divisão e conflito. Nos vestígios do Templo, representados pelo Muro das Lamentações, e na luxuosa Esplanada das Mesquitas, a disputa entre judeus e árabes continua a ecoar. Os debates sobre o status de Jerusalém ressoam nos corredores das Nações Unidas e nas mesas de negociação internacionais, enquanto os habitantes da região enfrentam os desafios de uma convivência complexa e tumultuada. Ali, o passado e o presente se entrelaçam, lembrando-nos de que a história de Jerusalém está longe de chegar ao fim.

 

Para os sionistas, fundadores do moderno Estado de Israel, a reconstrução do Templo de Jerusalém, destruído em 70 d.C., é um passo crucial para o cumprimento das profecias bíblicas. Eles acreditam que o restabelecimento dos sacrifícios de animais é fundamental para a vinda do Messias, que trará paz e redenção ao mundo. Isso contraria o ensino neotestamentário que aponta o véu rasgado de alto a baixo mostrando que o sacrifício do Cordeiro de Deus foi levado ao céu e não há mais necessidade de sacrifícios (Mt 27.50-54; Hb 10.5, 10,14).

 

Por outro lado, os muçulmanos veem o Islã como a versão completa e universal de uma fé primordial revelada em diversas épocas e locais, incluindo Abraão, Moisés e Jesus, que são considerados profetas. Para os seguidores do Islã, a missão é converter as pessoas à sua crença, seguindo os ensinamentos do Alcorão e de Maomé. Aos infiéis, cabe apenas a morte. E assim, Jerusalém continua a ser um local de conflito e fé, onde as ambições espirituais e terrenas se chocam em uma história que parece não ter fim.

 

A Salvação de Israel e o Futuro da Igreja

 

Em meio aos conflitos religiosos que permeiam o cenário global, e as tensões causadas por crenças e tradições que se confundem com ideologias, disputas econômicas e narrativas, temos a perspectiva bíblica que transcende esses conflitos: a formação de um povo composto por indivíduos de todas as etnias, inclusive judeus. Esse povo, segundo o Novo Testamento, é conhecido por diversos nomes, como Igreja (Mt 16.18-19; Corpo de Cristo (Ef 4); Santos (1 Co 1.2; 2 Co 2:1); Sacerdócio Real, Geração Eleita, Nação Santa, e Povo Exclusivo de Deus (1 Pe 2.9).

 

Os que se tornam parte desse povo recebem uma missão clara e inegociável: pregar o Evangelho a todos, em qualquer lugar e a qualquer momento (Mt 28.18-20; At 1.8). O livro de Atos, o primeiro capítulo da história da Igreja, documenta o início dessa missão, destacando a dispersão dos crentes que, ao se espalharem, estabeleciam novas congregações, dando continuidade à pregação. Esta tarefa permanece vigente até o dia do arrebatamento.

 

A Salvação de Israel e o Reino Milenar

 

De acordo com o apóstolo Paulo em Romanos 11.26, a salvação de Israel e o estabelecimento do Reino Milenar é uma promessa para o futuro, após a dispensação da Igreja. "Todo o Israel será salvo", diz Paulo, referindo-se ao remanescente de Israel que, no final da tribulação, experimentará uma transformação espiritual, mesmo após a destruição de tudo que está sendo erguido hoje naquela região, inclusive o templo. Com essa salvação, se dará início ao Reino Milenar, uma promessa divina que se cumprirá após a atual dispensação (Romanos 11.12; 26-29, citando Isaías 59.20-21; 27.9; 62.2; Jeremias 31.33-34).

 

Embora atualmente Israel viva em descrença, afundado na rebeldia, pecado e em crescente isolamento, Paulo ensina que, após o julgamento pela tribulação, o remanescente se arrependerá, reconhecendo em Cristo, o Messias que estabelecerá a justiça pela fé (Romanos 10.1-8; 11.5). Esse arrependimento e conversão levará à restauração permanente da etnia à sua terra, conforme predito por Moisés (Deuteronômio 30.1-10).

 

Quando Paulo afirma que Israel será "salvo" em Romanos 11.26, ele se refere à libertação do pecado, que ocorrerá quando os israelitas, arrependidos, aceitarem Jesus como Salvador, reconhecendo-o como o Messias que antes rejeitaram. Esse momento será marcado pela circuncisão do coração da descendência de Israel, conforme profetizado por Moisés, possibilitando que amem ao Senhor de todo o coração e alma (Deuteronômio 30.6). A herança física da terra prometida a Abraão será, então, parte integral do plano final de Deus (Deuteronômio 30.3-5). Será o momento da vinda do Reino e a resposta da paz para Jerusalém pela qual todos nós clamamos.

 

Essa futura redenção de Israel é descrita em detalhes em textos como Zacarias 8-14 e Apocalipse 7-19, culminando com o retorno de Cristo para salvar a nação ao final da tribulação (Daniel 9.24-27). Um versículo-chave que ilustra essa conversão é Zacarias 12.10: "Mas sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único."

 

Com a restauração espiritual de Israel e o estabelecimento do Reino Milenar na terra, reunindo Seu povo desde os confins do mundo (Isaías 11.12; 62.10). A visão de Ezequiel sobre os "ossos secos" será cumprida, com Israel sendo ressuscitado e restaurado à sua terra (Ezequiel 37.1-14). Somente então a promessa de um lar geográfico se realizará: "E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor" (Ezequiel 37.14).

 

Para aqueles que aguardam a destruição dos inimigos de Israel, é essencial entender que isso só ocorrerá após a conversão de Israel. O Dia do Senhor se cumprirá com o retorno de Cristo, que destruirá os exércitos do anticristo e julgará os pecadores, separando o remanescente fiel como o povo santo de Deus (Zacarias 13.8-14.21).

MARANATA!

 

 

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